Economia

Fed sugere a emergentes que analisem deficiências políticas

Federal Reserve reconheceu que provavelmente provocou uma onda de vendas no mundo em desenvolvimento

Janet Yellen, nova chair do Federal Reserve, durante um depoimento a um comitê da Câmara dos Deputados, em Washington (Drew Angerer/Bloomberg)

Janet Yellen, nova chair do Federal Reserve, durante um depoimento a um comitê da Câmara dos Deputados, em Washington (Drew Angerer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2014 às 21h33.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, reconheceu nesta terça-feira que provavelmente provocou uma onda de vendas no mundo em desenvolvimento, mas afirmou que as políticas em países como Turquia, Brasil e Índia tornaram essas nações especialmente vulneráveis a choques externos.

O Fed destacou em um relatório ao Congresso que as "tensões que surgiram no meio do ano passado pareciam ter sido causadas de forma significativa pelas comunicações do Federal Reserve".

Em meados de 2013, a instituição afirmou que poderia começar a desacelerar em breve um programa de estímulos de compra de títulos, o que derrubou ações, títulos e moedas em muitos mercados emergentes.

O anúncio alimentou tensões globais sobre mudanças potencialmente desestabilizadores no fluxo internacional de capitais, como quando o presidente do banco central da Índia advertiu que os Estados Unidos deveriam ser mais conscientes de como suas políticas afetam o mundo.

No seu relatório, no entanto, o Fed apontou o dedo para alguns países em desenvolvimento, dizendo que eles precisam olhar no espelho ao avaliarem por que os seus mercados foram tão impactados.

Analistas do Fed construíram um índice que mede a vulnerabilidade econômica em 15 grandes mercados emergentes. Eles apontaram a Turquia como o país mais vulnerável, seguida por Brasil e Índia.

Indonésia e África do Sul vêm em seguida. O índice foi baseado em seis fatores, incluindo saldos em conta corrente e reservas de moeda estrangeira em relação à produção econômica.

A análise Fed revelou que os países mais vulneráveis tendem a experimentar as maiores depreciações cambiais, bem como maiores aumentos nas taxas de juros para empréstimos do governo.

"Esta evidência é consistente com a visão de que a redução do grau de vulnerabilidade econômica é importante se (as economias emergentes) se tornam mais resistentes a choques", disse o Fed.

A análise também destacou como algumas economias em desenvolvimento têm feito progressos para reduzir suas vulnerabilidades. A China, por exemplo, foi listada como um dos países menos vulneráveis.

O país asiático acumulou um tesouro de reservas internacionais ao longo da última década e tem um nível relativamente baixo de dívida pública.

O Fed disse que alguns países em desenvolvimento têm combatido a volatilidade do mercado aumentando as taxas de juros, fazendo intervenções no mercado de câmbio e outras "medidas paliativas".

O banco central norte-americano destacou que os investidores globais devem estar cuidadosamente observando quais países estão tomando medidas para reduzir as "vulnerabilidades fundamentais".

"Progressos contínuos na implementação de reformas monetária, fiscal e estrutural serão necessários", disse o Fed.

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