Economia

Fed pronto para manter estímulos nos EUA

O Banco Central também deve manter sua principal taxa de juros entre zero e 0,25%, nível em que é mantida desde dezembro de 2008


	A taxa super baixa e o programa de compra de títulos tem como objetivo conter taxas de juros para estimular crescimento da economia e apoiar recuperação dos fragilizados mercados de emprego
 (Mark Wilson/Getty Images)

A taxa super baixa e o programa de compra de títulos tem como objetivo conter taxas de juros para estimular crescimento da economia e apoiar recuperação dos fragilizados mercados de emprego (Mark Wilson/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2013 às 21h53.

O Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) está pronto para continuar com os estímulos já que a economia norte-americana mostra sinais de desaceleração, segundo analistas.

O Federal Open Market Committee (FOMC), que começará nesta terça-feira uma reunião de dois dias, deve manter seu extraordinário programa de compra de títulos de U$85 bilhões.

O Banco Central também deve manter sua principal taxa de juros entre zero e 0,25%, nível em que é mantida desde dezembro de 2008.

O Fed sinalizou que não irá aumentar a taxa de juros, pelo menos, até o desemprego cair abaixo de 6,5% ou se a inflação ameaçar sua meta anual de 2% no médio prazo.

A taxa super baixa e o programa de compra de títulos, ou quantitative easing, tem como objetivo conter as taxas de juros para estimular o crescimento da economia e apoiar a recuperação dos fragilizados mercados de emprego, onde a taxa de desemprego é de 7,6%.

Os últimos dados do governo sobre o crescimento do PIB, divulgados na sexta-feira, mostraram que a maior economia do mundo estava se expandindo a um ritmo anual de 2,5% no trimestre de janeiro a março.

O ritmo foi mais lento que o esperado, já que os analistas projetavam que a economia se recuperaria com muito mais força após a baixa taxa de crescimento de 0,4% no quarto trimestre.


Os indicadores econômicos das últimas semanas sugerem que a economia atingiu outro ponto fraco em março, que segundo os economistas, provavelmente, reflete o impacto do aumento de impostos do dia 1º de janeiro e o começo, no dia 1º de março, dos cortes de gastos do governo.

Foram criados apenas 88 mil empregos em março, o menor crescimento em nove meses e muito abaixo das expectativas. A taxa de desemprego caiu a 7,6%, principalmente porque quase metade de um milhão de pessoas deixaram de pertencer à força de trabalho.

A taxa de inflação, claramente, não é suficiente para o Fed endurecer suas políticas. Na segunda-feira, o Departamento de Comércio afirmou que o índice, observado de perto, de gastos com consumo, o PCE (na sigla em inglês) caiu 0,1% em março, em relação a fevereiro. O núcleo do PCE, que exclui alimentos e energia, ficou estável.

"O que é preciso observar são os comentários do Fed sobre a inflação, que agora está cada vez mais abaixo do objetivo de 2% anuais do Fed", apesar de uma terceira rodada de quantitative easing, disseram analistas do IHS Global Insight em nota.

Eles afirmaram que estão observando se os responsáveis pelas políticas do Fed estavam preocupados com a desinflação.

"Pelo menos, estamos mais confiantes que a QE3 se manterá em seu ritmo atual no restante do ano e em 2014".


Robert Brusca, economista chefe do FAO Economics, concordou que o Fed continuará a pleno vapor para estimular o crescimento.

"O Fed está nem perto de fazer algo para reduzir sua posição. Apesar de sinais do mercado de que a QE pode estar alterando as relações dos títulos, o Fed, confrontando com uma economia fraca, não está prestes a parar ou reduzir (suas ações)", disse Brusca.

Ryan Sweet do Moody's Analytics sugeriu que os responsáveis devem trabalhar em um plano de contingência para uma desaceleração econômica.

"A economia está começando a desacelerar, a inflação está muito baixa e o entrave da política fiscal se intensificará neste trimestre e no próximo. O Fed tem ferramentas para reduzir um pouco o entrave fiscal. Se a economia não melhorar, aumentam as chances do Banco Central agir em junho."

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