William Dudley: "Nós temos que enfrentar com força esses obstáculos para alcançar melhor nossos objetivos", (Scott Eells/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 12h04.
Nova York - O Federal Reserve ainda precisa enfrentar com força as ameaças à recuperação da economia dos Estados Unidos, e as incertezas fiscais em particular pairam sobre a atividade neste momento, disse nesta segunda-feira o presidente do Fed de Nova York, William Dudley.
Dudley defendeu a decisão surpreendente do banco central dos Estados Unidos na semana passada de não reduzir suas compras de títulos agressivas, argumentando em discurso que qualquer mudança ao programa de "quantitative easing" (QE) tem que ser baseada nas medidas mais recentes das condições econômicas.
Aliado próximo do chairman do Fed, Ben Bernanke, Dudley destacou os pesos da forte alta recente nas taxas de juros de longo prazo, os impostos mais altos e os menores gastos públicos adotados mais cedo neste ano, além de questões acerca do teto da dívida dos EUA e do financiamento do governo visto que o Congresso se reúne no outono (no hemisfério norte).
"Nós temos que enfrentar com força esses obstáculos para alcançar melhor nossos objetivos", disse Dudley, membro votante permanente do comitê de política monetária do Fed, para audiência da Universidade de Fordham.
As declarações talvez tenham sido a mais forte defesa até agora da decisão do Fed na semana passada de continuar comprando 85 bilhões de dólares em títulos ao mês para sustentar a economia, apesar das expectativas amplamente disseminadas do mercado financeiro de que o Fed reduziria um pouco o ritmo.
A decisão provocou um rali acionário global e afetou o dólar, gerando críticas de que o Fed tornou-se temeroso após um ano de estímulo no ritmo atual.
Mas Dudley disse que duas exigências para uma mudança de política ainda não foram alcançadas: evidências de que o mercado de trabalho melhorou e a confiança de que esses avanços vão continuar.
"Eu gostaria de ver notícias econômicas que me deixem mais confiante de que veremos melhora contínua no mercado de trabalho", disse ele. "Então eu iria me sentir confortável de que o momento chegou para reduzir o ritmo de compras de ativos".