Economia

Fed perde credibilidade ao adiar redução de estímulos

Para a presidente do Fed de Kansas City, os mercados esperavam que o Fed começaria a diminuir o ritmo da compra de ativos nesta reunião


	Cédula de 100 dólares: o Fed injeta a cada mês US$ 85 bilhões na economia do país
 (Adek Berry/AFP)

Cédula de 100 dólares: o Fed injeta a cada mês US$ 85 bilhões na economia do país (Adek Berry/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2013 às 06h23.

Denver - Quando decidiu manter inalterada a política de compra de ativos que injeta a cada mês US$ 85 bilhões na economia do país, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) perdeu credibilidade aos olhos do mercado financeiro, opinou a presidente do Fed de Kansas City, Esther George.

Durante um discurso feito em Denver, George reforçou a sua crítica à decisão do Fed de manter o seu programa de estímulos à economia norte-americana em sua reunião de política monetária na semana passada.

Para ela, os mercados esperavam que o Fed começaria a diminuir o ritmo da compra de ativos nesta reunião. Além disso, George afirmou que os investidores ficaram chocados quando o presidente do Fed, Ben Bernanke, anunciou que a política permaneceria inalterada.

A presidente do Fed de Kansas City tem feito críticas constantes às medidas do banco central e discordou em vários pontos em todas as reuniões do Fed neste ano. Ela defendeu a redução do programa de ativos por temer que a sequência do mesmo possa criar novas bolhas de ativos e causar um aumento da inflação. George, que tem o apoio de alguns presidentes do Fed que não tem poder de voto no Comitê federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), protagoniza uma luta solitária no discurso pela redução do programa de estímulos. Nenhum outro membro do Fed adotou a mesma postura.

"Atrasar a ação não só permite que os custos potenciais cresçam, mas também tem o potencial de ameaçar a credibilidade e a previsibilidade das ações futuras de política monetária", explicou George durante o discurso. "A política de movimentos que surpreendem o mercado muitas vezes resulta em volatilidade adicional", completou, acrescentando que agora os participantes do mercado têm razão em questionar os próximos passos do Fed.


Segundo George, os mercados podem, inclusive, questionar se o Fed continuará com a meta de aumentar a taxa de juros apenas em um futuro distante.

"Os dados são suficientemente positivos para continuar com o plano apresentado pelo presidente em junho, que pedia para que o ritmo de compra de ativos começasse a ser reduzido moderadamente ainda este ano, que diminuísse gradativamente durante vários meses, até ser encerrado em 2014".

Muitas declarações feitas pela presidente do FED de Kansas City nesta quinta-feira já tinham sido feito por ela na última sexta-feira.

Em seu discurso, George disse que a economia está traçando uma trajetória satisfatória. Para ela, o Fed precisa reconhecer que tem obtido o progresso que queria na redução do índice de desemprego. "As condições do mercado de trabalho continuam a melhorar", explicou, acrescentando que há uma ampla evidência de que vai melhorar ainda mais à medida que a economia continua a crescer.

Além disso, George disse que espera que os Estados Unidos registrem crescimento de 2% no segundo semestre deste ano e prevê que deve crescer ainda mais rápido no próximo ano. A presidente da autoridade monetária de Kansas acredita que a inflação deve retomar a meta oficial do Fed de 2 nos próximos meses deste ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

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