Economia

Fed mantém taxa de juros e diz que inflação se aproxima da meta

Autoridade monetária dos EUA disse esperar que inflação em 12 meses fique perto de 2%, e manteve a taxa de empréstimo na faixa entre 1,5% e 1,75%

Fed: entidade não mencionou em relatório os riscos econômicos apresentados pelas tensões comerciais envolvendo os EUA (Karen Bleier/AFP)

Fed: entidade não mencionou em relatório os riscos econômicos apresentados pelas tensões comerciais envolvendo os EUA (Karen Bleier/AFP)

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Reuters

Publicado em 2 de maio de 2018 às 16h09.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve a taxa de juros nesta quarta-feira e expressou confiança de que o recente aumento da inflação para nível próximo à meta de 2 por cento será sustentada, mantendo o curso para elevar os custos de empréstimo em junho.

O comitê que decide os juros no Fed também minimizou a desaceleração recente no crescimento da economia e na geração de empregos, informando que a atividade tem se expandido com ritmo moderado e ganhos do mercado de trabalho, em média, têm sido fortes em meses recentes.

Em comunicado ao final dos dois dias de reuniões de política monetária, o Fed informou que a inflação "foi para perto" de sua meta e que "em 12 meses ela deve ficar perto do objetivo do Comitê de 2 por cento no médio prazo".

A decisão do Fed de manter a taxa de empréstimo na faixa entre 1,5 e 1,75 por cento foi unânime. Os investidores já haviam descartado outro aumento nessa reunião, depois que o Fed elevou os juros em março.

A confiança do Fed no cenário econômico também foi destacada por sua afirmação de que o investimento em ativos fixos das empresas continuou crescendo fortemente. Ele acrescentou que os riscos para as perspectivas parecem equilibrados, removendo referência anterior a "riscos no curto prazo".

O chairman do Fed, Jerome Powell, tem afirmado que o banco central buscará uma postura comedida em relação à política monetária, continuando a elevar gradualmente os juros diante de uma economia robusta que ainda não impulsionou a inflação.

Mas dados divulgados na segunda-feira mostraram que a alta dos preços está agora efetivamente na meta de 2 por cento do Fed após anos abaixo desse objetivo.

A medida de inflação preferida do Fed saltou 1,9 por cento nos 12 meses até março, maior aumento desde fevereiro de 2017, depois de subir 1,6 por cento no ano até fevereiro, informou o Departamento do Comércio.

Autoridades do Fed esperavam a alta e destacaram que a meta de 2 por cento não é um teto.

De olho em junho

O banco central prevê atualmente mais dois aumentos dos juros este ano, embora número crescente de autoridades veja três como possível. Ivestidores esperam majoritariamente alta dos juros na próxima reunião do Fed, em 12 e 13 de junho.

O ritmo de altas de juros acelerou desde que o Fed iniciou o ciclo de aperto monetário em dezembro de 2015. Elevou os juros uma vez em 2016, mas o fez outras três vezes no ano passado em meio ao fortalecimento da economia e do mercado de trabalho.

Embora o crescimento econômico tenha desacelerado para taxa anualizada de 2,3 por cento no primeiro trimestre, um período que nos últimos anos mostrou tendência de ser mais fraco, e os empregos tenham enfraquecido em março, a expectativa é de aceleração nos próximos meses alimentada em parte pelos cortes tributários e estímulo fiscal da administração do presidente dos EUA, Donald Trump.

O comunicado do Fed não mencionou os riscos econômicos apresentados pelas tensões comerciais entre os EUA e outros países, particularmente a China. Membros do Fed já comentaram sobre o potencial impacto negativo, mas adotaram a postura de esperar para ver.

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