Bernanke: chairman do Fed, Ben Bernanke, dará entrevista à imprensa às 15h30, horário de Brasília) com mais detalhes sobre o pensamento do banco central norte-americano (Mark Wilson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2013 às 15h31.
Washington - O Federal Reserve afirmou nesta quarta-feira que continuará comprando títulos ao ritmo de 85 bilhões de dólares por mês, surpreendendo os mercados financeiros que esperavam uma redução no estímulo econômico do banco central dos Estados Unidos.
Citando apertos na economia provenientes da política fiscal restritiva e taxas de juros de hipotecas mais altas, o Fed decidiu contra a redução das compras de ativos que investidores haviam precificado nos mercados acionários e de títulos.
"O comitê decidiu aguardar mais evidências de que o progresso será sustentado antes de ajustar o ritmo de suas compras", disse o banco central norte-americano em comunicado anunciando sua decisão.
Esther George, do Fed de Kansas City, foi novamente dissidente, afirmando estar preocupada com as bolhas financeiras devido à política de taxas de juros baixas do Fed.
O chairman do Fed, Ben Bernanke, dará entrevista à imprensa às 15h30, horário de Brasília) com mais detalhes sobre o pensamento do banco central norte-americano.
Como pano de fundo, a medida foi adotada diante de um cenário um pouco mais obscuro para o crescimento econômico pintado por autoridades do Fed. Em um novo conjunto de estimativas trimestrais, o Fed projeta agora crescimento entre 2 por cento e 2,3 por cento neste ano, ante 2,3 por cento a 2,6 por cento em sua estimativa de junho.
A redução da expectativa para o próximo ano foi ainda mais forte: para 2,9 por cento a 3,1 por cento ante 3,0 a 3,5 por cento.
A maioria das autoridades, 12 de 17, também projetou que a primeira alta da taxa de juros acontecerá em 2015. Isso apesar de estimativas de que o desemprego potencialmente atingirá 6,5 por cento, patamar em que começarão a ser avaliadas altas das taxas, em algum momento do próximo ano.
O Fed reiterou ainda que não começará a elevar os juros até que o desemprego caia ao menos para 6,5 por cento, desde que a inflação não ameace ir acima de 2,5 por cento. A taxa de desemprego nos EUA estava em 7,3 por cento em agosto.