Federal Reserve: "O setor imobiliário fortaleceu-se ainda mais, mas a política fiscal tornou-se mais restritiva", disse o banco central norte-americano. (ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS)
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 17h43.
Washington - O Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve nesta quarta-feira seus agressivos esforços para estimular a economia norte-americana por meio de compras de bônus em grande escala, afirmando que o desemprego continua alto demais e citando política fiscal "restritiva".
Reunindo-se num momento em que a turbulência na Europa voltou a piorar, a autoridade monetária norte-americana removeu uma importante passagem de seu comunicado indicando melhora nas condições financeiras.
Membros da instituição afirmaram que a maior economia do mundo voltou ao crescimento moderado após uma pausa no quarto trimestre do ano passado. Eles também destacaram avanços positivos, ainda que insuficientes, no mercado de trabalho.
"O setor imobiliário fortaleceu-se ainda mais, mas a política fiscal tornou-se mais restritiva", disse o Fed, referindo-se aos recentes cortes de gastos em Washington.
A presidente do Fed de Kansas City, Esther George, mais uma vez divergiu da maioria e votou contra a decisão de continuar comprando mensalmente 85 bilhões de dólares em títulos hipotecários e do Tesouro norte-americano até que a perspectiva do emprego ganhe força significativa.
"O comitê dará continuidade a suas compras de Treasuries e ativos hipotecários, e empregará suas outras ferramentas conforme apropriado, até que a perspectiva do mercado de trabalho melhore significativamente num contexto de estabilidade de preços", disse o Fed.
O banco central norte-americano também divulgou uma nova série de projeções econômicas que podem surpreender alguns analistas do mercado, que haviam previsto que dados sólidos recentes levariam a uma melhora da visão das autoridades. Os membros do Fed agora vêem crescimento na faixa de 2,3 % a 2,8 % em 2013, abaixo da estimativa anterior de expansão de 2,3 % a 3,0 %.
Para 2014, o Fed projeta crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 2,9 % a 3,4 %, ante estimativa em dezembro de crescimento entre 3,0 % a 3,5 %.
Em contraste, as estimativas de taxa de desemprego, importante termômetro para o banco central, vieram levemente mais benignas, ainda que altas demais para a maior parte dos membros da instituição. O Fed agora acredita que a taxa de desemprego, que ficou em 7,7 % em fevereiro, ficará em média entre 7,3 % a 7,5 % no quarto trimestre de 2013. A previsão emitida em dezembro era de 7,4 % a 7,7 %.
O desemprego não vai cair para 6,5 %, nível no qual membros do Fed sugeriram que vão começar a considerar elevar os juros, até 2015, mostram as estimativas.