Economia

Fed inicia reunião com provável alta de juros em pauta

Devido à melhora dos indicadores econômicos, analistas dão quase como garantido um novo ajuste monetário de um quarto de ponto percentual

Fed: o Fed previu que faria até três ajustes monetários ao longo de 2017 (Mandel Ngan/AFP)

Fed: o Fed previu que faria até três ajustes monetários ao longo de 2017 (Mandel Ngan/AFP)

E

EFE

Publicado em 13 de junho de 2017 às 17h34.

Washington - A reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, começou nesta terça-feira, e tudo indica que o órgão decidirá por outra alta dos juros após a de março, que os deixou no patamar entre 0,75% e 1%.

Desta vez, devido à melhora dos indicadores econômicos, analistas políticos e do mercado dão quase como garantido um novo ajuste monetário de um quarto de ponto percentual, que deixaria os juros entre 1% e 1,25%.

No começo deste ano, o Fed previu que faria até três ajustes monetários ao longo de 2017. Nos últimos meses, o órgão dirigido por Janet Yellen constatou a recuperação do consumo nos EUA, que representa quase dois terços da atividade econômica total.

Além disso, a taxa de desemprego continua em rota de queda, e em maio fechou em 4,3%, percentual mais baixo desde 2001. Já a inflação tem ficado levemente acima da meta oficial do Fed, de 2% anual.

Por isso, os prognósticos dos analistas é de que o banco central avance no seu ajuste neste encontro e deixe o segundo semestre para analisar o curso da economia com margem suficiente para aplicar a terceira alta nos juros.

Amanhã, após o encerramento do encontro de dois dias do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), o órgão que dirige a política monetária do país, será divulgado o comunicado com suas conclusões e previsões às 14h (hora local; 15h de Brasília). Pouco depois, a presidente do Fed, Janet Yellen, dará uma entrevista coletiva.

Os cálculos de crescimento serão acompanhados com atenção também em meio às reiteradas promessas de Trump e do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de alcançar um crescimento anual do PIB de mais de 3% anual, acima dos 2% de média registrados nos últimos anos do mandato do seu predecessor, Barack Obama.

As últimas projeções do Fed, que datam de março, situam o crescimento econômico para 2017 em 2,1%. Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) previu na sua última reunião uma expansão de 2,3%.

Trump justifica esta aceleração como consequência da sua agenda de desregulação, corte de impostos e estímulo aos investimentos em infra-estrutura.

No entanto, os problemas que está encarando para desenvolver suas propostas no Congresso começaram a gerar dúvidas sobre seu prometido e agressivo plano de estímulos fiscais.

Estas dúvidas não estão afetando os mercados financeiros, que mantêm desde o começo do ano uma sólida trajetória ascendente, com recordes consecutivos em Wall Street.

Outro tema a ser debatido no encontro será o mecanismo e o calendário para começar a reduzir, ainda em 2017, o gigantesco balanço de ativos adquiridos pelo Fed para estimular a economia após a crise financeira de 2008. A carteira do banco central americano passou de US$ 1 trilhão naquele ano para US$ 4,5 trilhões agora.

Há vários anos, o banco central deixou de comprar ativos, mas continua a reinvestir os lucros obtidos com aquisições prévias em novos ativos.

O Fed cogita várias opções, entre elas a de simplesmente deixar que estes ativos expirem quando vencerem seus prazos e a de que sejam eliminados gradualmente.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve System

Mais de Economia

Tesla alerta governo Trump sobre "impacto desproporcional" com guerra tarifária

Congresso altera regras para emendas, mas texto abre brechas para omissão da autoria de indicações

China reage a tarifas de 25% sobre aço e alumínio impostas pelos EUA

O preço das tarifas de Trump: setores de aço e alumínio podem perder até US$ 2,9 bi