Economia

Fed encerra compra de títulos e mostra confiança em retomada

Banco central dos EUA sinalizou confiança de que a recuperação econômica do país permanecerá nos trilhos


	Janet Yellen, chair do Fed, durante uma entrevista coletiva em Washington, nos Estados Unidos
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Janet Yellen, chair do Fed, durante uma entrevista coletiva em Washington, nos Estados Unidos (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de outubro de 2014 às 16h51.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, encerrou nesta quarta-feira seu programa de compra de títulos e deixou de caracterizar como "significativa" a capacidade ociosa no mercado de trabalho, em um sinal de confiança nas perspectivas da economia.

Em um comunicado divulgado depois da reunião de dois dias, o banco central desconsiderou amplamente a recente volatilidade no mercado financeiro, a desaceleração no crescimento da Europa e a perspectiva de inflação fraca como obstáculos para o progresso a caminho das metas de desemprego e inflação.

"Uma série de indicadores do mercado de trabalho sugere que a subutilização dos recursos de trabalho está gradualmente diminuindo", disse o Fed, em uma importante mudança em relação aos comunicados anteriores, quando descrevia a ociosidade como "significativa".

Os principais índices acionários dos EUA ampliaram as quedas depois do comunicado, enquanto os yields do Treasury de 10 anos atingiram o maior nível em três semanas. 

O dólar subiu em relação ao euro, com os investidores adiantando suas expectativas de uma eventual alta gradual dos juros. As taxas passaram a mostrar chances majoritárias de aumento de juros em setembro de 2015.

"Foi uma grata surpresa que eles retiraram a referência à subutilização significativa de recursos trabalhistas", disse o estrategista-chefe de portfólio do Wells Fargo, Brian Jacobsen. "Eu acho que isto é um reconhecimento de algum progresso no mercado de trabalho".

O Fed manteve sua linguagem básica de comunicados recentes em relação à taxa de juros, afirmando que ela permanecerá baixa por um "tempo considerável" após o fim das compras de ativos neste mês.

O momento e o ritmo de alta dos juros vão depender dos indicadores econômicos, disse o Fed, uma nova linguagem que aparentemente ganhou o apoio dos presidentes do Fed da Filadélfia e de Dallas, Charles Plosser e Richard Fisher, respectivamente, que haviam sido votos dissidentes a reunião anterior.

Fed Considera Temporária Inflação Baixa

O presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, foi o único a discordar, pedindo que o comitê adote um compromisso mais amplo para atingir a meta de inflação de 2 por cento, dada a baixa pressão de preços.

O Fed reconheceu que preços mais baixos de energia e outras forças estão segurando a inflação, mas repetiu sua visão de que a probabilidade da inflação ficar abaixo da meta diminuiu desde o começo do ano. 

A decisão de terminar o programa de compra de títulos era praticamente dada como certa. 

As compras mensais tinham sido cortadas de 85 bilhões de dólares para 15 bilhões de dólares como parte da retirada gradual das políticas adotadas pelo Fed para combater a recessão de 2007 a 2009.

Texto atualizado com mais informações às 17h51min do mesmo dia.

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