Economia

Fed elevará juro mais duas vezes em 2017, dizem economistas

Os resultados da pesquisa mostraram que os economistas esperam um aumento nos juros no fim da reunião de 2 dias do Fed, na 4ª, e outro em setembro

Fed: apenas 11% dos consultados disseram que a inflação ficará 3 meses seguidos na meta ou acima dela (Kevin Lamarque/Reuters)

Fed: apenas 11% dos consultados disseram que a inflação ficará 3 meses seguidos na meta ou acima dela (Kevin Lamarque/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2017 às 16h52.

Washignton - O Federal Reserve elevará as taxas de juros mais duas vezes em 2017 e começará a reduzir seu balanço até o fim do ano apesar da queda clara na perspectiva para a inflação, segundo 43 economistas consultados pela Bloomberg.

Os resultados da pesquisa, realizada entre 5 e 8 de junho, mostraram que os economistas esperam um aumento nos juros no fim da reunião de dois dias do Fed, na quarta-feira, e outro em setembro, seguido pelo início da redução do balanço no quarto trimestre.

Anteriormente, os economistas haviam projetado altas em junho e dezembro. Isso significa que as expectativas de ajuste da política monetária se consolidaram um pouco, mesmo com a queda da confiança de que o Fed atingirá em breve sua meta de inflação.

Após um declínio recente no ritmo de aumentos de preço, apenas 11 por cento dos consultados disseram que a inflação ficará três meses seguidos na meta de 2 por cento do Fed ou acima dela neste ano. Em março, 42 por cento mantinham essa projeção.

“Há uma desaceleração mais ampla do núcleo da inflação que poderia gerar resultados persistentemente inferiores aos desejados”, disse Omair Sharif, economista sênior para os EUA do Société Générale em Nova York, um dos mais preocupados com a estagnação dos preços.

“O Fed precisa ser mais cuidadoso aqui com a forma de analisar a inflação.”

Apesar da ampla expectativa de elevação dos juros nesta semana, a cúpula do Fed está sendo puxada em duas direções pela queda vigorosa do desemprego neste ano e pela reação surpreendentemente apática dos salários e dos preços.

A governadora do Fed Lael Brainard, que defendia uma abordagem lenta em 2016 antes de passar a apoiar aumentos em dezembro e março, sugeriu que pode reduzir sua perspectiva por futuros movimentos no segundo semestre de 2017 se a inflação continuar fraca.

A taxa de crescimento anualizada do salário médio por hora caiu para 2,5 por cento em maio, contra 2,8 por cento em fevereiro, mesmo com a queda do desemprego para 4,3 por cento, o menor patamar em 16 anos.

Além disso, o indicador favorito do Fed para as pressões de preço, que desconsidera componentes alimentícios e de energia, caiu para 1,5 por cento no período de 12 meses até abril, contra 1,8 por cento em fevereiro.

Apesar disso, os economistas mostram mais fé do que os investidores em que o Fed elevará os juros mais duas vezes neste ano -- em linha com as projeções atualizadas pelas autoridades em março.

Os preços dos contratos futuros de fundos federais implicam uma probabilidade de cerca de 90 por cento de aumento em junho e depois apenas 50 por cento de chances de que haja um novo aumento neste ano.

A estagnação da inflação, contudo, provocou uma mudança na forma como os economistas veem os riscos em torno da política monetária.

Em geral, mais participantes viram esses riscos como algo aproximadamente equilibrado, diferentemente de dois meses atrás, quando temiam mais que um crescimento e uma inflação maiores que o esperado pudessem afetar a perspectiva do Fed.

Em resposta a uma outra pergunta, os economistas indicaram que o maior risco para a perspectiva econômica do Fed está na possibilidade de que a política monetária relaxada possa alimentar bolhas de ativos que ameacem a estabilidade financeira.

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