Economia

Fed e EUA podem ter que lidar com riscos comerciais por anos, diz Bullard

O presidente do Federal Reserve de St. Louis afirmou que mais cortes nos juros "podem ser desejáveis" ainda neste ano

EUA: Bullard destacou a incerteza sobre as negociações comerciais com a China (David Orrell/Getty Images)

EUA: Bullard destacou a incerteza sobre as negociações comerciais com a China (David Orrell/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 6 de agosto de 2019 às 15h47.

Washington — O Federal Reserve pode ficar preso a um ambiente comercial volátil por anos, mas não pode responder "ao vaivém diário" das disputas entre países sobre as regras do jogo, afirmou nesta terça-feira o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard.

Bullard, que está entre os primeiros defensores do corte de juros feito pelo Fed na semana passada, disse achar que mais reduções "podem ser desejáveis" neste ano em meio ao provável enfraquecimento do crescimento econômico e à incerteza sobre a direção das negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China.

Mas ele também tentou minimizar a noção de que as decisões do Fed estão ligadas a como o mercado reage à evolução do debate comercial ou às escolhas algumas vezes inesperadas do governo de Donald Trump.

Falando um dia depois de os principais mercados acionários terem caído cerca de 3% e de os EUA classificarem a China de "manipulador cambial", Bullard disse que o Fed "não pode reagir razoavelmente ao jogo de vaivém das negociações comerciais".

"Penso que a incerteza no regime comercial está simplesmente alta no atual ambiente", disse Bullard em apresentação. "Não espero que essa incerteza se dissipe nos trimestres e anos à frente."

Mesmo que mais medidas de políticas monetária possam ser apropriadas, Bullard disse que a economia ainda pode estar se ajustando ao que ele chamou de "mudança radical" na política do Fed desde o final do ano passado, quanto as expectativas mudaram de estabilidade dos juros para o que os investidores enxergam agora como uma série de cortes.

Bullard disse que essas medidas podem ser justificadas considerando a inflação fraca, a sinalização dos mercados de títulos de fraqueza econômica e o risco que as "incertezas comerciais globais" podem impor ao crescimento econômico dos EUA.

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