Economia

Fed diz ser "muito provável" manter altas graduais dos juros

O banco central americano destacou o contraste entre o crescimento dos EUA e do resto do mundo, que tem o potencial de fortalecer o dólar

Fed: o banco central prevê uma expansão econômica de 3,1% em 2018, enquanto o Banco Central Europeu reduziu as expectativas de crescimento para 2% para a zona do euro (Yuri Gripas/Reuters)

Fed: o banco central prevê uma expansão econômica de 3,1% em 2018, enquanto o Banco Central Europeu reduziu as expectativas de crescimento para 2% para a zona do euro (Yuri Gripas/Reuters)

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AFP

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 16h53.

O Federal Reserve (Fed, o banco Central americano) afirmou que é "muito provável" que continue elevando "gradualmente" as taxas de juros, diante da força do crescimento econômico do país, segundo relatório da reunião monetária de 26 de setembro, divulgado nesta quarta-feira (17).

Entre os possíveis riscos para a economia, o Fed citou turbulências financeiras para alguns países emergentes, que poderiam representar "riscos adicionais se essas dificuldades se propagarem na economia global". Além disso, reiterou as incertezas provocadas pelas tensões comerciais.

Os países emergentes estão sofrendo de fuga de capitais, atraídos por investimentos em dólares mais convenientes. Em particular, a Argentina, a Turquia e a Indonésia sofreram acentuadas depreciações em suas moedas.

Os participantes do Comitê Monetário do Fed (FOMC) também reiteraram as "incertezas" causadas pelas tensões comerciais, em referência à imposição de tarifas sobre alguns produtos pelos Estados Unidos, e a guerra comercial que o país mantém com a China.

O Fed destacou o contraste entre o crescimento dos Estados Unidos e do resto do mundo, "que tem o potencial de fortalecer o dólar".

Isso se reflete em previsões como a do Fed, que previa uma expansão econômica de 3,1% em 2018, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) reduziu suas expectativas de crescimento para 2% para a zona do euro.

Pelo menos dois dos 12 membros do comitê "não são a favor" de uma política monetária mais restritiva "na ausência de sinais claros de uma economia superaquecida e aumento da inflação".

Como eles disseram desde o início da guerra comercial com a China, os participantes mais uma vez alertaram que as tensões comerciais "continuam a ser uma fonte de incerteza para as perspectivas da economia local", bem como a inflação.

Em relação à inflação, as pesquisas mostram que algumas indústrias estão começando a incorporar em seus preços de produção um custo adicional que atribuem às tarifas impostas aos produtos chineses.

As tarifas sobre as importações de aço e alumínio já começaram a afetar negativamente os investimentos no setor de energia.

De qualquer forma, por enquanto, os aumentos de preços ainda não são o resultado de um aumento nos salários, apesar de um mercado de trabalho apertado.

"O crescimento salarial continua sendo modesto em comparação com os padrões históricos", analisou o Fed.

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