Economia

Fed diz que vai manter juro baixo mesmo com volta do fôlego

Banco Central americano disse que pode manter taxas inusualmente baixas mesmo depois do mercado de trabalho operar com força total

Janet Yellen, chair do Fed, responde a uma pergunta durante uma conferência de imprensa em Washington, nos EUA (Larry Downing/Reuters)

Janet Yellen, chair do Fed, responde a uma pergunta durante uma conferência de imprensa em Washington, nos EUA (Larry Downing/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2014 às 17h31.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, disse nesta quarta-feira que pode manter as taxas de juros inusualmente baixas mesmo depois de o mercado de trabalho operar com força total e a inflação avançar até a meta.

Ao anunciar a sua visão sobre os juros no futuro após dois dias de reunião, Fed afirmou que a política altamente expansionista é apropriada no 'horizonte relevante' após o programa de compra de ativos acabar.

A chair do Fed, Janet Yellen, afirmou em entrevista coletiva que o "horizonte relevante" é provavelmente algo em torno de seis meses.

"A linguagem que utilizamos no comunicado é 'horizonte relevante'... Esse é um termo difícil de definir, mas... provavelmente significa algo em torno de seis meses ou algo do tipo." Além disso, o Fed retirou diversas diretrizes que vinham sendo usadas para ajudar o público a antecipar quando irá finalmente elevar os custos de financiamento overnight que estão em zero.

Mas ressaltou que abandonar a promessa de manter os juros baixos até "bem depois" de a taxa de desemprego cair abaixo de 6,5 por cento não indica qualquer mudança nas suas intenções. Ao invés de contar com o desemprego e a inflação como diretrizes para guiar as expectativas, o BC disse que vai analisar diversos indicadores econômicos ao tomar a decisão.

Mas o que se destacou no comunicado do Fed foi o comentário sobre a manutenção de política expansionista mesmo depois de o Fed atingir o objetivo de pleno emprego e 2 por cento de inflação.

"As condições econômicas podem, por algum tempo, justificar a manutenção da taxa de juros abaixo dos níveis que o comitê vê como normais no longo prazo", informou o Fed após reunião de dois dias, a primeira presidida por Janet Yellen, que assumiu o banco central em 1º de fevereiro.


O banco central também deu continuidade às reduções do imenso programa de compra de títulos, anunciando que vai reduzir as aquisições mensais de Treasuries e títulos lastreados em hipotecas para 55 bilhões de dólares, ante 65 bilhões de dólares.

O presidente do Fed de Minneapolis, Narayana Kocherlakota, foi dissidente, afirmando que desistir da referência pode afetar a credibilidade do compromisso do Fed em retornar a inflação de 2 por cento.

A decisão de continuar a reduzir o estímulo mantém o Fed no caminho da redução gradual apresentada pelo antecessor de Yellen, Ben Bernanke. O Fed repetiu que planeja continuar reduzindo as compras de ativos em "passos graduais" desde que as condições do mercado de trabalho continuem melhorando e a inflação mostre sinais de voltar para a meta de 2 por cento do Fed.

Das 16 autoridades do Fed, apenas uma acredita que será apropriado elevar a taxa de juros neste ano; 13 esperam uma elevação no ano que vem e 2 veem a primeira alta no juros em 2016, de acordo com as novas projeções publicadas na quarta-feira.

Mas assim que a taxa de juros começar a subir, as autoridades do Fed veem agora elevações mais acentuadas do que viam em dezembro, com as taxas encerrando 2015 a 1 por cento e encerrando 2016 em 2,25 por cento, de acordo com a mediana das previsões.

Em dezembro, as autoridades do Fed esperavam que a taxa de juros de curto prazo apenas atingiria 1,75 por cento no fim de 2016.

As novas previsões também mostram que as autoridades do Fed veem o desemprego caindo de maneira mais rápida, para entre 5,6 por cento e 5,9 por cento ao fim de 2015. Em dezembro, as previsões eram de desemprego caindo para entre 5,8 a 6,1 por cento no quarto trimestre de 2015.

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