Prédio do Federal Reserve: banco central decidiu fazer um segundo corte modesto em seu programa de compra de títulos, atualmente de US$ 65 bilhões (Jonathan Ernst/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 16h50.
Washington - Vários integrantes do Federal Reserve queriam transmitir a ideia de que o programa de compra de ativos será reduzido de forma previsível, em passos de 10 bilhões de dólares, a menos que a performance econômica os surpreenda, mostrou a ata da última reunião de política monetária do banco central dos Estados Unidos.
A ata da reunião de 28 e 29 de janeiro do Fed, que foi a última sob o comando do ex-chairman Ben Bernanke, mostrou que as autoridades estavam se aproximando de uma decisão sobre como ajustar a promessa de manter baixas as taxas de juros por algum tempo.
Na reunião, o Fed decidiu fazer um segundo corte modesto em seu programa de compra de títulos, atualmente de 65 bilhões de dólares por mês, apesar da turbulência nos mercados emergentes provocada em parte pela retirada do estímulo do BC norte-americano.
"Vários participantes argumentaram que, na ausência de mudança significativa no cenário econômico, deve haver uma posição clara a favor de continuar reduzindo o ritmo de compras em 10 bilhões de dólares a cada reunião (de política monetária)", disse a ata divulgada nesta quarta-feira.
Além do corte esperado na compra de títulos, o Fed não fez alterações em sua outra política básica: sua promessa de manter as taxas de juros baixas por algum tempo.
O Fed prometeu manter as taxas de juros perto de zero até bem depois que o desemprego nos EUA, hoje em 6,6 por cento, caia para menos de 6,5 por cento, especialmente se a inflação continuar abaixo da meta de 2 por cento. As autoridades do Fed disseram recentemente que esperam alterar essa orientação em breve, já que a taxa de desemprego está perto do patamar especificado para a mudança dos juros.
A ata reforçou essa noção e levantou a possibilidade de que preocupações com a estabilidade financeira devem desempenhar papel maior na decisão sobre quando apertar a política monetária.
"Vários participantes sugeriram que os riscos para a estabilidade financeira deveriam aparecer de forma mais explícita na lista de fatores que orientam as decisões sobre os juros, uma vez que o desemprego chegue ao patamar estabelecido", disse a ata.
Essa foi a primeira reunião sem dissidência desde junho de 2011, em um sinal de como foi tumultuado o mandato de Bernanke.