Economia

Fed adverte sobre "acordar" abrupto dos mercados

Os mercados de bônus podem abruptamente "acordar" e passar a precificar uma política monetária mais apertada nos EUA, disse o presidente do Fed de St. Louis


	A sede da Federal Reserve: mercados de bônus vêm sendo negociados a taxas baixas
 (Karen Bleier/AFP)

A sede da Federal Reserve: mercados de bônus vêm sendo negociados a taxas baixas (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de fevereiro de 2015 às 22h10.

Nova York - Os mercados de bônus, que vêm sendo negociados a taxas baixas, podem abruptamente "acordar" e passar a precificar uma política monetária mais apertada nos Estados Unidos, gerando problemas para o Federal Reserve à medida que o banco central norte-americano se aproxima do aumento dos juros, disse nesta quinta-feira o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard.

Ele afirmou em entrevista à Reuters que, por quanto mais tempo o Fed mantiver as taxas de juros quase zeradas diante de mercados tão efervescentes, maior o risco de provocar danosas bolhas de preços de ativos ao longo dos próximos anos.

"Há um desligamento entre os mercados e o Fed e isso será reconciliado em algum ponto. E estou um pouco preocupado com a possibilidade de um dia os mercados acordarem" e "reprecificar tudo", disse Bullard, um diretor linha-dura que não tem poder de voto no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed até o ano que vem.

"Você tem uma situação mais positiva, com taxas de juros baixas alimentando isso, e eu acho que é aí que está o potencial para bolhas nos próximos dois a três anos", disse.

Várias autoridades do Fed têm demonstrado preocupação com a aparente desconexão entre os baixos custos de financiamento disponíveis no mercado e os planos do Fed de elevar sua taxa de juros de curto prazo neste ano.

Após uma breve recuperação, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA novamente diminuíram, após a ata da última reunião do Fed ser divulgada na semana passada e novamente depois do pronunciamento da chair do Fed, Janet Yellen, no Congresso nesta semana.

Os custos de financiamento de longo prazo permanecem perto das mínimas históricas, apesar do forte crescimento do emprego e da economia norte-americana.

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