Economia

Fed abre reunião com expectativa de possível alta de juros

Os recentes indicadores econômicos, especialmente o aumento da inflação, motivaram o Fed a coordenar uma mensagem de um novo ajuste monetário

Fed: no início do mês, Yellen deixou sua habitual cautela de lado para deixar claro a disposição do Fed de elevar os juros em março (Kevin Lamarque/Reuters)

Fed: no início do mês, Yellen deixou sua habitual cautela de lado para deixar claro a disposição do Fed de elevar os juros em março (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de março de 2017 às 16h22.

Washington - O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, começou nesta terça-feira sua reunião de dois dias sobre política monetária em meio a grande expectativa devido à grande possibilidade de alta nas taxas dos juros do país, a primeira desde que Donald Trump chegou à presidência.

Os recentes indicadores econômicos, especialmente o aumento da inflação, motivaram o Fed a coordenar uma mensagem clara sobre a iminência de um novo ajuste monetário.

As taxas de juros nos EUA estão entre 0,50% e 0,75%, após a alta realizada em dezembro. Os investidores apostam em uma nova elevação amanhã, também por causa do sólido dado de geração de empregos divulgado pelo Departamento de Trabalho dos EUA na última semana.

Um comunicado de política monetária será divulgado ainda hoje, com as novas previsões macroeconômicas do órgão. Depois, a presidente do Fed, Janet Yellen, concederá entrevista coletiva.

Todas as atenções estarão sobre suas declarações, particularmente se ela dará indícios sobre uma mudança de expectativas sobre o ritmo do ajuste monetário promovido pelo banco central dos EUA.

No início do mês, Yellen deixou sua habitual cautela de lado para deixar claro a disposição do Fed de elevar os juros em março.

"Em nosso encontro mais adiante neste mês, o Comitê Federal de Mercado Aberto do Fed avaliara se o emprego e a inflação continuam evoluindo segundo nossas expectativas. Se for o caso, outro ajuste monetário seria possivelmente apropriado", afirmou Yellen em uma palestra no Clube de Executivos de Chicago.

"Dado a proximidade com nossos objetivos e à revelia de novos eventos que possam piorar substancialmente as perspectivas econômicas, o processo de retirada de estímulos provavelmente não será tão lento como ocorreu em 2015 e 2016", completou a presidente do Fed, sinalizando uma possível mudança no ritmo de elevação das taxas de juros no país.

A razão para acelerar a retirada do estímulo monetário está na própria economia americana, que registra uma taxa de desemprego de 4,7%, e uma inflação que superou pela primeira vez desde 2011 a meta de 2% por ano.

Além disso, contribuiu a agenda econômica de Trump, que quer realizar um bilionário empurrão fiscal através de um agressivo plano de gastos públicos em infraestrutura e defesa, aliado a um profundo corte de impostos no país.

Apesar de as propostas do presidente carecerem de detalhes, os investidores apostam que elas terão como resultado uma alta do crescimento da economia americana, que vinha registrado uma expansão média de 2% nos últimos anos.

Os economistas consideram que essas propostas são uma receita básica para o superaquecimento da economia e o aumento das pressões inflacionárias, por isso o Fed se dispôs a atuar com rapidez.

"Se a economia começar a reaquecer e as pressões sobre os salários aumentarem ainda mais, o Fed pode optar por seguir um caminho de altas de juros mais abrupto para garantir que futuras pressões inflacionárias sejam contidas", disse Madhavi Bokil, vice-presidente da agência de classificação de riscos Moody's em uma nota enviada aos seus clientes.

Wall Street está há várias semanas pulverizando seus próprios recordes históricos, o que fez com que pesos pesados do banco central, como William Dudley, presidente do Fed de Nova York, tenha defendido a alta de juros antes do previsto anteriormente.

Dudley afirmou neste mês que os argumentos para o ajuste monetário são agora muito mais convincentes e alertou que o auge da bolsa após a vitória de Trump não está apoiada pelos dados econômicos atuais.

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