Fachada do Ministério da Fazenda, em Brasília (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 13 de fevereiro de 2025 às 14h13.
Última atualização em 13 de fevereiro de 2025 às 14h22.
O Ministério da Fazenda reduziu a projeção de alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 de 2,5% para 2,3%. Mesmo com a revisão, o governo está mais otimista que o mercado. A mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) aponta para um crescimento econômico de 2,03% no ano.
Os dados foram apresentados pela Secretaria de Política Econômica (SPE) nesta quinta-feira, 13.
A revisão, segundo a SPE, ocorreu diante do aumento na taxa de juros básica e do cenário conjuntural externo.
"O carry-over para 2025 também se reduziu recentemente. Após a divulgação de indicadores coincidentes de novembro e dezembro, a previsão de crescimento para o quarto trimestre caiu de cerca de 0,7% para 0,4% na margem (4,0% na comparação interanual)", informou a SPE.
O governo também aumentou de 3,6% para 4,8% a projeção de inflação para 2025, abaixo das estimativas de mercado. Entre os analistas ouvidos pela BC, a mediana das expectativas está em 5,58%.
"A inflação deverá se situar pouco acima do intervalo superior da meta, resiliente em função de efeitos defasados da depreciação cambial e do ritmo aquecido de atividade. Para a média das cinco principais medidas de núcleo, a perspectiva é de leve aceleração, de 4,3% em 2024 para 4,4% em 2025, ainda inferior ao limite superior da meta de inflação", informou a SPE.
Mesmo com a alta da inflação, a SPE aposta que o IPCA da alimentação deve cair em 2025. A secretária aposta que os preços de carnes tendem a desacelerar até o final do ano, menos impactados pela reversão no ciclo de abate do gado e pelo avanço das exportações.
"O cenário também deverá ser mais favorável para o arroz, feijão, alimentos in natura e derivados de soja e leite, refletindo as boas perspectivas para o clima e para a produção agrícola em 2025. Em contrapartida, os preços de trigo e derivados tendem a subir, impactados pela baixa colheita em 2024", informou a SPE.