Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 18 de julho de 2024 às 16h16.
Última atualização em 18 de julho de 2024 às 16h50.
O Ministério da Fazenda manteve a projeção de alta do produto interno bruto (PIB) em 2024 de 2,5% e reduziu a expectativa para 2026, de 2,8% para 2,6%, segundo dados do Boletim Macrofiscal divulgado nesta quinta-feira, 18, pela Secretaria de Política Econômica (SPE).
O relatório aponta que os impactos negativos das enchentes e calamidade no Rio Grande do Sul no PIB do segundo trimestre devem ser compensados por medidas de suporte a famílias e empresas. Apesar da projeção de crescimento para o ano ter permanecido estável desde maio, houve mudanças entre setores produtivos, refletindo as perspectivas de crescimento de 0,6% no PIB do segundo trimestre e as estimativas de impacto por atividade no estado gaúcho.
"O vigor das vendas no varejo e a demanda crescente por serviços prestados às famílias, repercutindo a geração de novos postos de trabalho, o avanço da massa de rendimentos e as condições menos restritivas de crédito, seguem como os principais vetores de crescimento em 2024, acompanhados pela recuperação dos investimentos em razão da expansão na absorção de bens de capital projetada para o ano", diz o documento.
Apesar de não revisar para cima as projeções, o governo está mais otimista do que o mercado. A mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus aponta para um crescimento econômico de 2,11% no ano.
A Fazenda aponta que, com o balanço de riscos mais equilibrado desde maio, as incertezas de natureza econômica e geopolítica seguem como desafios no cenário macroeconômico. O documento diz que o ritmo de crescimento da atividade mundial vem se mostrando resiliente, em paralelo ao processo de desinflação nas principais economias avançadas.
"Esse cenário menos adverso para a economia real tem colaborado para tornar o balanço de riscos mais equilibrado, embora persistam incertezas relacionadas ao ciclo de flexibilização monetária, com destaque para o impacto inflacionário de conflitos geopolíticos, de mudanças climáticas e de polarizações políticas", informou o Boletim Macrofiscal.
O governo aumentou de 3,7% para 3,9% a projeção de inflação para 2024, levemente abaixo das estimativas de mercado. Entre os analistas ouvidos pelo Banco Central, a mediana das expectativas está em 4%. Para 2025, a expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve pequena alta de 3,20% para 3,30%, ainda abaixo da expectativa dos economistas. No Boletim Focus a estimativa está em 3,88%.
"Essa estimativa já leva em consideração os impactos do câmbio mais depreciado e da calamidade no Rio Grande do Sul nos preços, além dos reajustes recentes anunciados para os preços da gasolina e GLP. Para a média das cinco principais métricas de núcleo, a previsão foi revisada de 3,40% para 3,70%. Em 2025, o processo de desinflação deverá continuar, com desaceleração dos preços livres e monitorados", aponta o documento.