Economia

Favela do Rio ganha moeda própria

Com valor equivalente ao real, a CDD será válida apenas dentro do bairro e dará direito a descontos de até 10% para os consumidores que a utilizarem

Cidade de Deus, zona norte carioca: chegada da UPP tranquilizou moradores e abriu espaço para negócio (Eduardo Monteiro/EXAME.com)

Cidade de Deus, zona norte carioca: chegada da UPP tranquilizou moradores e abriu espaço para negócio (Eduardo Monteiro/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 13h39.

Rio - A Cidade de Deus, favela da zona oeste do Rio, ganhou hoje sua moeda própria, que homenageia em suas cédulas moradores ilustres da comunidade. Com valor equivalente ao real, a CDD será válida apenas dentro do bairro e dará direito a descontos de até 10% para os consumidores que a utilizarem.

O projeto foi desenvolvido pela prefeitura do Rio e pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário do município. O objetivo é estimular o comércio local, evitando que os moradores deixem a comunidade para fazer compras em regiões vizinhas.

"Se não há consumo interno na comunidade, a riqueza local escoa para outras áreas", avaliou o secretário de Desenvolvimento Econômico Solidário, Marcelo Henrique da Costa.

Cerca de cem comerciantes já se cadastraram para receber a CDD - entre eles um vendedor de cocada, que fez a primeira venda com o uso da moeda. O projeto será operado pelo Banco Comunitário Cidade de Deus, que também dará acesso a linhas de crédito em reais para os pequenos empresários e empréstimos em CDD para os consumidores.

A nota de menos valor, de 50 centavos, traz a imagem da Casa do Barão, imóvel erguido no período colonial naquela região. Nas cédulas de 1, 2, 5 e 10 CDDs, estão os rostos de moradores ilustres.

Dona Geralda Maria de Jesus, de 82 anos, aparece na nota de 1 CDD. Moradora da Cidade de Deus desde 1965, ela criou um grupo que distribui leite e pão com manteiga para gestantes e crianças carentes da comunidade.

O projeto da moeda social da comunidade foi inspirado nos modelos do bairro Conjunto Palmeiras, em Fortaleza, onde circula a palma, e do município fluminense de Silva Jardim, que adotou o capivari.

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