Supermercado: preço dos alimentos puxou altas na inflação em 2020 (Germano Lüders/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de janeiro de 2021 às 09h59.
Última atualização em 25 de janeiro de 2021 às 10h00.
A mediana da inflação esperada pelos consumidores para os próximos 12 meses ficou estável em 5,2% em janeiro, resultado igual ao obtido em dezembro de 2020, segundo o Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em relação a dezembro de 2019, houve elevação de 0,2 ponto porcentual.
A perspectiva dos consumidores segue acima do centro da meta do Banco Central para o IPCA em 2021, que é de 3,75% -- com máximo de 5,25%, diante de tolerância de 1,5 ponto percentual.
"Apesar da expectativa mediana de inflação dos consumidores para os próximos doze meses ter se mantido estável em janeiro, ela carrega o viés de alta dos últimos meses com projeções acima da meta de inflação estabelecida pela autoridade monetária para 2021", diz a nota divulgada pela FGV.
O Indicador de Expectativa de Inflação dos Consumidores é obtido com base em informações da Sondagem do Consumidor.
Segundo a FGV, a inflação de alimentos e o encarecimento da conta de luz, por causa do sistema de bandeiras -- que cobra uma taxa adicional na tarifa, por conta do acionamento de usinas térmicas, mais caras -- explicam essa percepção.
Na distribuição por faixas, 39,7% dos consumidores projetam inflação acima dos 5,25% limites da meta do BC. É a maior parcela dos últimos seis meses, segundo a FGV. Por sua vez, 14,2% dos consumidores projetaram valores abaixo da meta de inflação para 2021. Esta é também a menor parcela nos últimos seis meses.
Pela ótica da faixa de renda dos consumidores, as expectativas para a inflação nos próximos 12 meses desaceleraram ligeiramente entre os entrevistados de menor poder aquisitivo. Por outro lado as expectativas ganharam um pouco mais de força para as famílias mais ricas.
Entre os consumidores com renda familiar mensal até R$ 2,1 mil, a expectativa de inflação caiu 0,2 ponto, para 5,7%. Entre as famílias com renda acima de R$ 9,6 mil, houve aumento de 0,3 ponto nas expectativas, para 4 8%, maior valor desde novembro de 2018 (5,0%).