Trabalhadores da construção civil em São Paulo: 80,2% das famílias disseram ter boas expectativas quanto à segurança do emprego pelo responsável no domicílio (Alexandre Battibugli/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 17 de julho de 2012 às 16h57.
Brasília - As famílias brasileiras estão otimistas quanto à sua situação socioeconômica para os próximos anos, mas a confiança é menor com relação aos próximos meses. É o que mostra o Índice de Expectativa das Famílias (IEF) do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). No mês de junho, o índice geral registrou 68,5 pontos, 1,5 ponto acima do registrado no mês anterior, número considerado otimista pelos parâmetros da sondagem.
A pesquisa mostra, entretanto, que as famílias estão um pouco menos otimistas quanto à situação econômica para os próximos 12 meses. O índice passou de 66,8% em maio para 65% em junho. Essa queda é resultado de uma baixa nos índices de quase todas as regiões, na comparação entre maio e junho. Contudo, para os próximos cinco anos, as famílias aumentaram o grau de otimismo: o índice ficou em 63% no mês passado, contra 62% em maio.
O índice varia de 0 a 100 e é composto por cinco dimensões, sendo uma delas a expectativa da família sobre a situação econômica nacional. Também são medidas a percepção da família sobre a condição financeira passada e a expectativa sobre a condição futura; a expectativa da família sobre decisões de consumo; a expectativa da família sobre o endividamento e condições de quitação de dívidas e contas atrasadas; e a expectativa da família sobre o mercado de trabalho, especialmente nos quesitos segurança na ocupação e sentimento de melhora profissional futura.
Quanto à situação financeira, 75% das famílias disseram estar financeiramente melhor hoje do que no ano anterior. Apesar disso, esse índice sofreu uma queda em relação ao mês de maio (2,3 pontos). O que puxou o resultado para baixo foi o fato de as famílias com renda de até um salário mínimo e as que têm renda entre quatro e cinco salários mínimos estarem pouco otimistas quanto à melhoria de sua renda.
O índice revela ainda que dois terços das famílias acreditam que esse é um bom momento para adquirir bens de consumo. Pouco mais da metade das famílias também disse não ter dívidas, no mês de junho. Entre julho de 2011 e junho de 2012, o mês de abril teve o maior valor de dívida média entre as famílias brasileiras (R$ 5.580,69). No mês de junho, a dívida média foi R$ 4.943,88, sendo a quarta maior média do ano.
Em junho, aproximadamente 69% das famílias brasileiras afirmam não possuir contas atrasadas. Das que disseram possuir débitos vencidos, 51,1% vão conseguir quitar parcialmente suas dívidas no mês, enquanto 33,03% disseram não ter condições. A pesquisa também mostra que 90% das famílias não pensam em tomar empréstimo ou financiamento para comprar algum bem nos próximos três meses.
Quanto ao mercado de trabalho, 80,2% das famílias disseram em junho ter boas expectativas quanto à segurança do emprego pelo responsável no domicílio. Esse valor ficou 2,6 pontos abaixo do registrado em maio.
Pouco mais da metade das famílias disseram ainda que, para os próximos seis meses, não esperam que o chefe do domicílio tenha melhoria profissional. Na comparação com maio, houve queda de 1,8 ponto percentual nesse índice. No mês de junho, foram pesquisados 3.810 domicílios em mais de 200 municípios em todos os estados e mais o Distrito Federal.