Monteiro: ministro voltou a defender necessidade dos ajustes fiscais que estão sendo feitos pelo governo (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2015 às 14h14.
São Paulo - O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Armando Monteiro, comentou nesta segunda-feira, 2, as declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que o governo não tem a intenção de manter o câmbio "artificialmente valorizado".
"Evidentemente, ninguém fixa artificialmente taxa de câmbio, mas, por outro lado, o setor exportador precisa de previsibilidade; isso significa que câmbio não pode ser muito oscilante e volátil", afirmou, após encontro com empresários na FecomercioSP, no centro da capital paulista.
Na última sexta-feira, 30 de janeiro, Levy mencionou a questão cambial ao responder pergunta de um economista do Bradesco sobre como o governo planeja contribuir para a indústria brasileira, especialmente a que exporta, conseguir se reerguer.
Levy afirmou que o câmbio é uma variável que não se pode controlar com facilidade e afirmou não ter a intenção de manter o câmbio "artificialmente valorizado".
"Não faremos grandes operações no câmbio", disse.
Monteiro afirmou ainda que "gostaria de adicionar" sua opinião à colocação do ministro Levy e disse que para ele "o câmbio não pode ser usado também como instrumento de combate da inflação".
"O câmbio é um preço importante na economia e, portanto, precisa produzir um equilíbrio no processo concorrencial", afirmou.
Assim como fez na palestra para cerca de 70 empresários, Monteiro voltou a defender a necessidade dos ajustes fiscais que estão sendo feitos pelo governo e disse que eles são fundamentais para reequilibrar a economia.
"As medidas são duras no curto prazo, mas todos reconhecemos a necessidade delas", disse.
Diálogo
O ministro disse ainda que o Plano Nacional de Exportações, que deve ser anunciado em março, está sendo construído com outras pastas e com o setor privado.
"O plano tem um interface fundamental com outros ministérios, como a Fazenda, no que diz respeito às medidas de caráter tributário e financiamento, e o de Relações Exteriores, para tratar questões de política comercial e acordos", disse.
"O Plano Nacional é do governo; não do meu ministério", disse.
Entre as medidas que podem constar do plano, o ministro defendeu a manutenção do Reintegra e uma ampliação do Programa de Financiamento às Exportações, o Proex.
Segundo ele, são iniciativas que têm um pequeno impacto fiscal.