Economia

Exportações de carros chineses crescem mais na América Latina

Os custos de produção mais baixos e a engenharia inversa das marcas do gigante asiático permitem que o país ofereça produtos com qualidade e preço competitivos na região

No Brasil, um carro chinês pode chegar a ser de um terço mais barato do que seu modelo concorrente direto europeu (China Photos/Getty Images)

No Brasil, um carro chinês pode chegar a ser de um terço mais barato do que seu modelo concorrente direto europeu (China Photos/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2012 às 08h28.

Xangai - A América Latina já se transformou no mercado onde as exportações de automóveis de fabricação chinesa mais crescem no mundo todo, segundo um estudo da empresa de consultoria americana AT Kearney publicado nesta quarta-feira pelo jornal oficial 'Shanghai Daily'.

Segundo Jian Sun, sócia da empresa de consultoria em sua sede de Xangai, tanto os custos de produção mais baixos na China como a engenharia inversa que as marcas do gigante asiático fazem a partir dos modelos americanos, europeus e japoneses, permitem com que o país ofereça produtos com qualidade e preço muito competitivos na América Latina.

A China exportou cerca de meio milhão de veículos em 2011, e enquanto espera-se que o número alcance os dois milhões em 2015 e os três milhões por volta de 2020, a América Latina vai se tornando um mercado cada vez mais importante para as marcas chinesas, com um grande crescimento nos últimos anos no Brasil, Colômbia, Peru e Argentina.

A presença de marcas chinesas é ainda mais frequente em mercados onde vêm exportando há mais tempo, como o Chile e a Venezuela.

Desta maneira, embora as montadoras da China continuem às portas da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá, na Colômbia já há 16 delas presentes (como Chery, Foton, Great Wall, Geely e Yangtze), enquanto no Peru são mais de 30, conforme os dados da AT Kearney.

No Brasil, um carro chinês pode chegar a ser de um terço mais barato do que seu modelo concorrente direto europeu, indicou Guido Vildozo, analista da empresa IHS Automotive, estabelecida nos EUA.

Parte da competitividade das marcas chinesas está em seus custos de produção relativamente baixos, com salários que no setor rondam os US$ 300 e US$ 400 mensais na China (227 ou 303 euros), explica Vildozo.


Somente na Colômbia, onde há cinco anos as marcas chinesas quase não tinham entrado, agora já detêm 5% do mercado, indicou Oliverio García, presidente da associação nacional de concessionárias Andemos, segundo a reportagem publicada nesta quarta pelo jornal chinês.

Segundo a central de Dallas da AT Kearney, a América Latina é especialmente atrativa para as montadoras chinesas, já que enquanto nos mercados europeus ou norte-americanos não se espera que as vendas cresçam mais de 2% ao ano, os emergentes latino-americanos estão em plena expansão.

Em países como a Colômbia, acrescenta, foi registrado um aumento das vendas anualizado de 25% em 2010 (com cerca de 300 mil unidades vendidas) e espera-se que o crescimento seja da mesma proporção quando os números de 2011 forem divulgados.

Isso coincide com o atual momento do setor automobilístico na China, onde há dezenas de fabricantes por todo o país, frequentemente empresas estatais controladas por governos regionais ou locais, junto às quais competem grandes companhias privadas como Geely, Chery e Brilliance. EFE

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