Exportações: aumento das exportações no primeiro trimestre se deu principalmente por conta da quantidade vendida, enquanto os preços dos produtos embarcados aumentaram apenas 1,77% (Aly Song/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de abril de 2018 às 16h09.
Brasília - O secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto, detalhou nesta segunda-feira, 2, que o aumento de 11,3% das exportações no primeiro trimestre se deu principalmente por conta da quantidade vendida (9,5%), enquanto os preços dos produtos embarcados aumentaram apenas 1,77%.
"As exportações crescem por cinco trimestres consecutivos e o valor da média diária do primeiro trimestre foi o maior para o período na série histórica (de 1989)", afirmou, em referência aos US$ 54,4 bilhões vendidos de janeiro a março, com média de US$ 891,3 milhões por dia.
Já do lado das importações, houve aumento de 10,14% na quantidade comprada e 5,39% de alta nos preços, na comparação com os primeiros três meses do ano passado. "As importações também cresceram pelo quinto trimestre seguido", apontou Abrão.
Abrão destacou que a chamada "conta petróleo" voltou a registrar um saldo positivo de US$ 1,472 bilhão no primeiro trimestre, abaixo dos US$ 2,289 bilhões de superávit no mesmo período de 2017.
"A expectativa é de crescimento das exportações e das importações em 2018, mas as importações devem crescer mais, devido à retomada econômica. A expectativa do MDIC continua de superávit comercial robusto em 2018, na casa de US$ 50 bilhões.
Abrão disse que o governo brasileiro ainda avalia os impactos da retaliação anunciada domingo, 1, pelo governo chinês de 128 produtos dos Estados Unidos. A medida inclui produtos importantes da pauta de exportações brasileira, como carne suína e frutas.
"Ainda estamos avaliando impactos de medida chinesa, que é recente. Mais do que o espaço que a medida pode criar para os produtos brasileiros, uma escalada na disputa comercial entre duas potências como a China e os EUA seria prejudicial ao comércio mundial", avaliou Abrão.
A medida chinesa foi tomada em retaliação à decisão do governo de Donald Trump em sobretaxar as importações de aço e alumínio. Por enquanto, o Brasil não foi afetado pelas novas tarifas norte-americanas.
"Confiamos que a exclusão temporária de medidas contra o aço brasileiro será definitiva, preservando os fluxos de comércio com os EUA", acrescentou Abrão.