Economia

Exportação de carne processada do Brasil aos EUA segue suspensa

São Paulo - As exportações de carne bovina industrializada do Brasil para os Estados Unidos continuarão suspensas pelo menos até o fim do mês, disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, em teleconferência para jornalistas nesta terça-feira. Os embarques para os EUA estão interrompidos desde o fim de maio de 2010, quando o Ministério da […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2010 às 22h49.

São Paulo - As exportações de carne bovina industrializada do Brasil para os Estados Unidos continuarão suspensas pelo menos até o fim do mês, disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, em teleconferência para jornalistas nesta terça-feira.

Os embarques para os EUA estão interrompidos desde o fim de maio de 2010, quando o Ministério da Agricultura brasileiro decidiu suspender preventivamente as exportações, após os norte-americanos detectarem níveis acima dos tolerados do vermífugo ivermectina em alguns lotes da carne exportada.

Havia a expectativa de que o Brasil voltasse já a partir desta semana a exportar o produto para o país do hemisfério norte, segundo declarações de representantes do próprio ministério e dos exportadores de carne na semana passada.

Porém, os norte-americanos fizeram mais exigências aos técnicos brasileiros que estiveram nos EUA na semana passada para tentar resolver a questão.

"Estamos fazendo levantamentos diários e exames laboratoriais. Tão logo os americanos entendam que os demonstrativos são suficientes, estarão prontos a retomar as importações, o que deve ocorrer de 15 a 20 dias. Acredito que avançamos no processo", declarou Rossi.

Para o ministro, os norte-americanos estão dispostos a rever a retomada das importações de carne bovina processada. Mas condicionaram isso à verificação dos resultados de um plano de ação apresentado pelo ministério.

Antes da viagem dos técnicos aos EUA, havia a expectativa de que a volta das exportações fosse mais simples, dependendo apenas de uma decisão do governo brasileiro, uma vez que foi o Brasil que suspendeu os embarques.

Os EUA costumam figurar como o principal destino da carne industrializada do Brasil --os norte-americanos não compram a carne in natura brasileira, o produto mais exportado pelos frigoríficos nacionais. Veja dados sobre as exportações semestrais em:

Embora as exportações aos EUA estejam suspensas desde o fim de maio, os norte-americanos ainda aparecem como o segundo principal destino da carne processada do país, com compras de 33,8 mil toneladas (equivalente carcaça).  


Europa

Rossi, que está na Europa negociando com autoridades formas de ampliar as vendas de produtos brasileiros, disse ainda que "a Comunidade Europeia dará abertura para o Brasil indicar um número maior de fazendas credenciadas a exportar carne para o mercado europeu".

Atualmente, são os europeus que indicam as fazendas habilitadas a exportar, um sistema que acaba limitando o número de propriedades.

No passado, a Europa foi o principal destino da carne brasileira. Os europeus ainda compram os cortes mais nobres e mais caros.

Hoje, apenas duas mil propriedades estão habilitadas a vender carne para a União Europeia, um número considerado insuficiente para a indústria elevar os volumes de carne exportada.

Desde fevereiro de 2008, quando os europeus restringiram o número de fazendas habilitadas para exportar carne, a receita cambial com as vendas para Europa caiu de 1 bilhão de dólares para 300 milhões de dólares por ano, segundo a Abiec, que representa os exportadores.


Acompanhe tudo sobre:AgronegócioAgropecuáriaComércioComércio exteriorEstados Unidos (EUA)ExportaçõesPaíses ricos

Mais de Economia

“Estamos estudando outra forma de financiar o mercado imobiliário”, diz diretor do Banco Central

Reunião de Lula e Haddad será com atacado e varejo e não deve tratar de pacote de corte de gastos

Arrecadação federal soma R$ 248 bilhões em outubro e bate recorde para o mês

Rui Costa diz que pacote de corte de gastos não vai atingir despesas com saúde e educação