Economia

Expectativa para Selic em 2017 cai a mínima histórica, diz Focus

Especialistas consultados pelo Banco Central também mantiveram a estimativa de que o BC manterá o ritmo forte de corte da taxa básica de juros

Ilan Goldfajn: economistas consultados pelo BC esperam que o Copom mantenha ciclo de corte de juros (Adriano Machado/Reuters)

Ilan Goldfajn: economistas consultados pelo BC esperam que o Copom mantenha ciclo de corte de juros (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 28 de agosto de 2017 às 09h08.

Última atualização em 28 de agosto de 2017 às 09h49.

São Paulo - Economistas de instituições financeiras passaram a ver que a taxa básica de juros voltará à mínima histórica neste ano, em meio ao cenário de inflação ainda mais favorável e atividade fraca, enquanto o grupo que mais acerta as estimativas acredita que a Selic irá ficar ainda menor, a 7 por cento.

Segundo a mediana das projeções na pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira, a Selic deve fechar 2017 a 7,25 por cento, sobre 7,50 por cento antes, voltando à mínima recorde atingida em outubro de 2012.

Os especialistas consultados também mantiveram a estimativa de que o BC manterá o ritmo forte de corte da taxa básica de juros, atualmente em 9,25 por cento, e reduzirá novamente a Selic em 1 ponto percentual na reunião de 5 e 6 de setembro do Comitê de Política Monetária (Copom).

Depois disso, a expectativa é de nova redução em outubro, desta vez de 0,75 ponto, e agora eles passaram a ver novo corte de 0,25 ponto no último encontro do ano, em dezembro. Para 2018, permanece a projeção de Selic a 7,50 por cento.

Já o Top 5, o grupo que mais acerta as previsões, passou a ver a Selic ainda mais baixa e num novo piso histórico tanto este ano quanto no próximo, a 7,0 por cento em ambos os casos, sobre 7,25 por cento antes.

Além do cenário de pressão fraca dos preços, a expectativa de trajetória firme de corte de juros também foi favorecida na última semana pelo avanço da medida provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) no Congresso Nacional, aprovada em comissão mista e cujo texto-base também já passou pelo plenário da Câmara da Deputados, que nesta semana deve votar os destaques à matéria.

Essas aprovações ajudam no ânimo dos investidores em relação o avanço das reformas, o que já foi citado pelo BC como essencial para a condução da política monetária.

Para a inflação, houve novo corte nas contas para 2017. A alta do IPCA em passou a ser vista em 3,45 por cento, queda de 0,06 ponto percentual em relação ao levantamento anterior. Para 2018, permanece a estimativa de 4,20 por cento.

Tanto para 2017 quanto para 2018, a meta oficial de inflação é de 4,5 por cento, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em agosto, o IPCA-15 teve alta de 0,35 por cento, acumulando em 12 meses avanço de 2,68 por cento, menor patamar desde março de 1999.

Para o Produto Interno Bruto (PIB), houve ajuste na estimativa para crescimento neste ano de 0,39 por cento, sobre 0,34 por cento antes, depois de dois anos seguidos de recessão. Para 2018, a expectativa continua sendo de expansão de 2 por cento.

Veja abaixo as principais projeções do mercado para a economia brasileira, de acordo com a pesquisa semanal do Banco Central com cerca de 100 instituições financeiras.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBoletim FocusInflaçãoJurosPIB do BrasilSelic

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto