Economia

Expectativa de aumento da carne eleva projeção de inflação

A alta nos preços da carne no atacado deve chegar em breve ao consumidor paulistano


	Carne em supermercado: a expectativa da Fipe é que o grupo Alimentação feche o mês em 0,62% e não mais em 0,50%, como estimado antes
 (Joe Raedle/Staff)

Carne em supermercado: a expectativa da Fipe é que o grupo Alimentação feche o mês em 0,62% e não mais em 0,50%, como estimado antes (Joe Raedle/Staff)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2015 às 13h19.

São Paulo - A alta nos preços da carne no atacado deve chegar em breve ao consumidor paulistano, de acordo com previsão do economista e coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, que já elevou sua previsão para o índice fechado de abril de 1,01% para 1,03%. Para o ano, a projeção para a inflação na capital paulista segue em 6,00%.

A expectativa da Fipe é que o grupo Alimentação feche o mês em 0,62% e não mais em 0,50%, como estimado antes. "Aumentamos a projeção por causa das carnes, que estão vindo com menos deflação e também devido à pressão de alguns alimentos industrializados como óleo, leite e de itens semielaborados, que estão com comportamentos mais inflados", explicou.

De acordo com Chagas, o varejo ainda não está sentindo a alta dos preços da carne ao produtor, mas deve começar a sentir neste momento de oferta menor.

"No grupo Alimentação, há movimentos contrários, em que algumas altas não vieram tão fortes, enquanto outras começaram a perder fôlego de queda no IPC da segunda leitura de abril, como é o caso da carne bovina (de -1,72 para -1,22%). Na ponta (pesquisa mais recente) está subindo 0,92%", disse.

Para o economista da Fipe, o movimento "dúbio" no grupo Alimentação diz respeito às dúvidas de produtores e varejistas de elevarem ou não os preços neste momento de desaquecimento do mercado de trabalho e redução na renda real das famílias.

"O ofertante está com um problema sério: ou repassa e corre risco de não vender, ou mantém o preço e reduz sua margem para continuar vendendo", explicou.

Os aumentos recentes nas tarifas de energia elétrica e nos preços dos combustíveis e o dólar mais caro são apontados por Chagas como fatores que levam incertezas quanto ao repasse ou não dos custos.

Na segunda quadrissemana do mês (últimos 30 dias terminados na quarta-feira, 15), o grupo Alimentação teve alta de 0,47%, contra 0,42% na medição anterior e de 0,72% no fechamento de março. Já o IPC ficou em 0,88% ante 0,68% e acima do que era previsto pela Fipe (0,84%).

Apesar da estimativa de alta nas carnes nos próximos dias, o item, disse Chagas, ajudou a segurar um aumento maior do IPC no período, já que ainda registrou deflação.

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