Economia

Expansão do setor de serviços acelera em dezembro e confiança melhora, aponta PMI

No último mês do ano, o PMI de serviços subiu a 51,1, permanecendo acima da marca de 50, que separa crescimento de contração

Setor serviços; salão de beleza (Chris McGrath / Equipe/Getty Images)

Setor serviços; salão de beleza (Chris McGrath / Equipe/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 6 de janeiro de 2021 às 10h54.

Última atualização em 6 de janeiro de 2021 às 10h56.

O setor de serviços do Brasil encerrou 2020 com aceleração do crescimento em dezembro e melhora da confiança, diante da perspectiva de vacinas contra a Covid-19, mostrou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.

No último mês do ano, o PMI de serviços subiu a 51,1, de 50,9 em novembro, permanecendo acima da marca de 50, que separa crescimento de contração, de acordo com o IHS Markit.

Os participantes da pesquisa associaram o crescimento maior às perspectivas melhores diante de notícias sobre uma vacina para a Covid-19, além da reabertura de alguns estabelecimentos e condições melhores de demanda.

O crescimento foi generalizado nos cinco subsetores monitorados, liderados por Transporte e Armazenamento.

"O setor de serviços brasileiro terminou 2020 de forma melhor apesar da pandemia de Covid-19", afirmou em nota a diretora econômica da IHS Markit, Pollyanna De Lima.

O nível de otimismo em dezembro mostrou melhora em relação ao mês anterior, com a perspectiva de uma vacina e fornecedores de serviços cada vez mais confiantes em aumento da produção em 2021.

As novas encomendas aumentaram pelo quinto mês seguido em dezembro, com a taxa de expansão acelerando em relação a novembro. Dos cinco subsetores acompanhados, somente Finanças e Seguros não apresentou crescimento, uma vez que teve estabilidade no mês.

A demanda externa também melhorou em dezembro, quando foi registrado o segundo aumento consecutivo nas novas encomendas para exportação e à taxa mais forte em mais de dois anos.

Mas, apesar disso, o número de empregos caiu no setor de serviços em dezembro, depois de aumentar em novembro pela primeira vez em nove meses. Os entrevistados citaram esforços para reduzir gastos e aumento nos casos de Covid-19.

"Embora os dados deem alguma garantia bem-vinda de que a economia de serviços continua a mostrar resiliência à pandemia, a sustentabilidade da recuperação fica em dúvida quando se olha para os dados de emprego...", ponderou De Lima.

"O aumento das infecções antes que as vacinas se tornem amplamente disponíveis pode causar novas restrições e abreviar a recuperação", alertou ela.

Os preços de insumos aumentaram mais em novembro, com a taxa de inflação chegando perto de um pico em quatro anos e meio, diante do aumento de uma série de itens, movimento em parte associado à escassez de produtos e à força do dólar.

Para proteger suas margens de lucro, algumas empresas repassaram preços mais elevados a seus clientes.

Em dezembro, o PMI da indústria mostrou um ritmo mais lento de crescimento do setor. Com isso, o PMI Composto do Brasil caiu a 53,5, de 53,8 em novembro. Foi o quinto mês seguido de ganhos para o setor privado do país, porém no ritmo mais fraco da atual sequência de expansão.

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