Economia

Existe espaço para expansão do crédito no Brasil, diz BC

Em nenhum momento o avanço da inadimplência colocou em risco a estabilidade do sistema, segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central


	Carlos Hamilton Araújo, diretor de Política Econômica do BC destacou o crédito habitacional
 (Divulgação/Banco Central)

Carlos Hamilton Araújo, diretor de Política Econômica do BC destacou o crédito habitacional (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 10h18.

São Paulo - A evolução do crédito no Brasil tem ocorrido de forma sustentável, segundo Carlos Hamilton Araújo, diretor de Política Econômica do Banco Central. O diretor destacou que um aspecto fundamental está no aprofundamento do mercado de crédito e nas mudanças estruturais da economia brasileira. 

“A ampliação do mercado de crédito é consequência e causa do crescimento da economia. Temos espaço para crescer de forma segura”, afirmou. Para o diretor, existe espaço para a expansão do crédito no Brasil.” Além de possível, a continuidade da expansão do mercado de crédito é desejável”, afirmou. 

Araújo destacou o crédito habitacional: “Em muitos países essa é a maior fatia do endividamento das famílias” afirmou, destacando que, no Brasil, como proporção do PIB, o crédito habitacional representa menos de 6%. “O crescimento dessa modalidade contribui para a redução do déficit habitacional, com a maioria dos financiamentos destinadas à aquisição da primeira moradia”, afirmou.

O crédito geral cresceu cerca de 20% ao ano nos últimos anos. Nota-se uma tendência de redução nessa taxa, para patamares de 15% em termos anualizados, segundo o diretor. “Após vários anos de forte crescimento, certa moderação seria o caminho natural do mercado de crédito”, afirmou. O crescimento econômico e a inclusão social por si só explicam parte do crescimento do crédito no Brasil, segundo o diretor. 

Inadimplência

Os indicadores apontam recuo no segundo semestre, segundo o diretor. “O aumento recente da inadimplência no segmento de crédito da pessoa física deveu-se a fatores específicos, identificados e corrigidos pela regulação prudencial”, disse o diretor. Em nenhum momento o avanço da inadimplência colocou em risco a estabilidade do sistema, segundo Araújo. 

Quanto ao endividamento das famílias, atualmente a relação entre estoque de dívida e renda anual é de cerca de 40%. Sem o crédito habitacional, o índice é de cerca de 30%. Para Araújo, o comprometimento da renda familiar mensal com a dívida tem recusado nos últimos meses, e essa tendência deve continuar. 

O diretor destacou que o Brasil tem um sistema financeiro sólido, bem regulado e bem supervisionado. Recentemente, um relatório do FMI destacou a estabilidade do sistema financeiro brasileiro. Araújo destacou os mecanismos de controle do BC.

Carlos Hamilton Araújo participou hoje do VII Seminário sobre Riscos, Estabilidade Financeira e Economia Bancária do Banco Central do Brasil, realizado em São Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Banco Centraleconomia-brasileiraInadimplênciaMercado financeiro

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado reduz para 4,63% expectativa de inflação para 2024

Lula se reúne hoje com Haddad para receber redação final do pacote de corte de gastos

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal