Prédio em construção (Germano Luders/EXAME.com)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 13 de agosto de 2024 às 21h21.
Com isso, os recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) usados pelas incorporadoras para construção dos empreendimentos seriam canalizados para que os clientes comprem os imóveis.
Segundo um dos banqueiros que participa das negociações, o custo de captação dessa linha está em discussão pelas partes. A tendência é que os recursos do próprio balanço do BNDES sejam usados nessa operação, sem a necessidade de uma captação no mercado.
A medida negociada entre os dois bancos públicos é uma alternativa à escassez de funding para bancar oferta de crédito imobiliário. Como mostrou a EXAME, os bancos e incorporadoras já pediram ao Banco Central (BC) uma redução dos depósitos compulsórios que incidem sobre a caderneta de poupança.
O diretor de Fiscalização BC, Ailton de Aquino Santos, afirmou em junho que a diretoria colegiada avalia o pleito e não há prazo para uma decisão. A análise técnica do assunto na autoridade monetária cabe à diretoria de Política Monetária, comandada por Gabriel Galípolo. Ele é cotado para ser o próximo presidente da autarquia.
Os depósitos compulsórios incidem sobre as cadernetas de poupança, que são fonte de financiamento para o mercado habitacional. Na prática, ao liberar uma parcela dos depósitos compulsórios das cadernetadas, o BC abriria espaço para a concessão de mais empréstimos imobiliários com recursos da poupança. E essa decisão é exclusiva do BC.
O pleito para redução foi apresentado pelo Ministério da Fazenda ao BC e a medida é de interesse sobretudo da Caixa e do Bradesco, principais bancos que oferecem essa linha de crédito no país.