Economia

Eventos climáticos extremos geraram gastos de US$ 320 bi em 2017, diz ONU

Entre os vários fenômenos adversos, destacaram-se a temporada de furacões no Atlântico Norte, cheias no subcontinente indiano e a seca na África Ocidental

Furacões: eventos climáticos já provocaram o deslocamento de cerca de 23,5 milhões de pessoas (Carlos Garcia/Reuters)

Furacões: eventos climáticos já provocaram o deslocamento de cerca de 23,5 milhões de pessoas (Carlos Garcia/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 22 de março de 2018 às 22h14.

O ano de 2017 foi o mais dispendioso por causa de eventos climáticos extremos, segundo um relatório da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado hoje (22), na véspera do 23 de março, Dia Mundial da Meteorologia. A informação é da ONU News.

Entre os vários fenômenos adversos, destacaram-se a grave temporada de furacões no Atlântico Norte, cheias extremas no subcontinente indiano e a continuação da seca na África Ocidental. Segundo o estudo, os prejuízos causados são estimados em cerca de US$ 320 bilhões.

O relatório da agência especializada das Nações Unidas para a Meteorologia sublinha o impacto que estes eventos tiveram no desenvolvimento econômico, segurança alimentar, saúde e migração internacional. O secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, disse que "2018 começou da mesma forma que 2017 terminou - com um clima extremo a roubar vidas e destruir formas de subsistência".

Os eventos climáticos já provocaram o deslocamento de cerca de 23,5 milhões de pessoas. O risco de contrair doenças relacionadas com temperaturas altas aumentou de forma constante desde os anos 80. Hoje, 30% a população vive em locais com temperaturas potencialmente mortais durante, pelo menos, 20 dias do ano.

Segundo o relatório da OMM, os impactos do clima afetam nações vulneráveis de forma mais forte. Os autores garantem, por exemplo, que "a época de furacões erradicou décadas de ganhos de desenvolvimento nas ilhas do Caribe. "

Aquecimento crescente

Numa declaração, o chefe da OMM citou o aumento dos níveis de dióxido de carbono na Terra e disse que "estes níveis devem manter-se nas próximas gerações, condenando o nosso planeta a um futuro mais quente, com mais extremos meteorológicos, climáticos e de água. "

O documento confirma que 2017 foi o terceiro ano mais quente desde que há registros. Se não for tida em conta a influência do El Niño, foi o ano mais quente. Os nove anos com calor mais intenso de que há registro aconteceram todos depois de 2005. Os cinco anos mais quentes aconteceram todos depois de 2010.

A temperatura dos oceanos baixou em relação aos dois anos anteriores, mas 2017 ainda foi o terceiro ano mais quente que se tem notícia. O estudo diz que "a magnitude de todos os componentes que provocam a subida do nível dos mares aumentou nos últimos anos". E a extensão do gelo, tanto no Ártico como na Antártida, foi a menor já medida.

Preparação

Este ano, a agência especializada da ONU sublinha a necessidade de fazer um planeamento informando previamente sobre acidentes, como cheias, assim como para a variação normal do clima e as mudanças de longo prazo. O secretário-geral da OMM disse que este tema é importante porque "as mudanças climáticas de longo prazo estão a aumentar a intensidade e a frequência dos eventos climáticos extremos."

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