Economia

Eurozona volta ao trabalho sem ameaça de crise iminente

Em sua primeira reunião depois do verão, os ministros das Finanças (Eurogrupo) se concentraram na situação dos países da região sob resgate financeiro


	Euro: como era esperado, o Eurogrupo deu autorização à entrega de uma nova parcela de 1,5 bilhão de euros ao Chipre, no âmbito de seu plano de resgate de um total de 10 bilhões
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Euro: como era esperado, o Eurogrupo deu autorização à entrega de uma nova parcela de 1,5 bilhão de euros ao Chipre, no âmbito de seu plano de resgate de um total de 10 bilhões (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 17h36.

A zona do euro voltou nesta sexta-feira ao trabalho em Vilnius em um clima de maior serenidade devido às melhores perspectivas econômicas, mas deverá tomar decisões importantes após as eleições alemãs.

Em sua primeira reunião depois do verão (hemisfério norte), os ministros das Finanças (Eurogrupo) se concentraram na situação dos países da região sob resgate financeiro.

Como era esperado, o Eurogrupo deu autorização à entrega de uma nova parcela de 1,5 bilhão de euros ao Chipre, no âmbito de seu plano de resgate de um total de 10 bilhões.

A entrega será feita no fim de setembro, após a autorização oficial do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), o fundo da Eurozona encarregado de efetuar o pagamento.

Mas não houve um anúncio importante devido à iminência das eleições legislativas de 22 de setembro na Alemanha.

Neste país, maior economia da Eurozona e primeiro contribuinte nos diferentes planos de resgate há quatro anos, todos os temas relativos à gestão da crise são politicamente muito sensíveis.


"Há pelo menos dois ou três grandes temas que foram adiados até outubro" por essa razão, havia confirmado uma fonte diplomática.

Além disso, esta reunião do Eurogrupo não está marcada por um sentimento de urgência pelo fato de a crise da dívida já não estar tão aguda quanto no passado.

No entanto, os líderes da Eurozona admitiram que haverá muito trabalho nos próximos meses, com o fim à vista dos planos de resgate de Irlanda, Portugal e do setor financeiro da Espanha.

No entanto, o maior dos interessados é a Grécia, que obteve até agora 240 bilhões de euros de dois resgates sucessivos, e que precisaria de uma ajuda adicional de 11 bilhões de euros.

Atenas tenta também encontrar uma forma de reduzir sua gigantesca dívida, que alcançará 176% do PIB no fim de 2013. A opção de um perdão da dívida continua sendo rejeitada pela UE, em particular pela Alemanha.


Vigilância à Eslovênia

Por outro lado, a Eurozona terá que vigiar nos próximos meses a Eslovênia, que tem um setor bancário repleto de créditos tóxicos, com um montante que se aproxima dos 7 bilhões de euros, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Por fim, uma reunião extraordinária do Eurogrupo será realizada no dia 22 de novembro para debater os projetos de orçamentos dos países da Eurozona, anunciou nesta sexta-feira o líder deste fórum, o holandês Jeroen Dijsselbloem.

Esta reunião examinará se os projetos de orçamento desses países têm credibilidade e estão em conformidade com as recomendações emitidas por Bruxelas.

No momento em que "melhoram as perspectivas econômicas, é preciso prosseguir com as reformas", disse Dijsselbloem em uma coletiva de imprensa ao término da reunião do Eurogrupo.

Depois do encontro do Eurogrupo, os ministros das Finanças dos 28 membros da UE se reúnem na tarde desta sexta-feira e também no sábado, tendo na agenda os avanços sobre a união bancária, em particular o mecanismo para ajudar os bancos em dificuldades na Eurozona, diante do qual Berlim manifesta reticências.

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