Economia

Europa comete suicídio econômico, diz Krugman

“É simplesmente insano” adotar cada vez mais medidas de austeridade fiscal em países como a Espanha, avalia o prêmio Nobel de Economia

Paul Krugman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2008 (Getty Images)

Paul Krugman recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2008 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 11h45.

São Paulo – Para o prêmio Nobel de Economia Paul Krugman, a Europa parece determinada a cometer suicídio econômico. Em vez de buscarem novas alternativas para combater a crise, líderes europeus continuam a se apegar a políticas e ideias que já se mostraram fracassadas, escreveu o economista norte-americano em coluna no jornal The New York Times

“E está ficando cada vez mais difícil acreditar que alguma coisa fará com que eles mudem sua forma de atuação”, disse Krugman.

Um exemplo de como a Europa caminha para um suicídio econômico é a Espanha. Segundo Krugman, o país vive em plena depressão – a situação já é muito pior que um caso de recessão econômica.

A taxa de desemprego na Espanha já está em 23,6% da população. Os números são ainda mais alarmantes entre os jovens: mais da metade não consegue encontrar trabalho.

E mesmo neste cenário, líderes europeus – em especial na Alemanha – continuam a sugerir mais medidas de austeridade fiscal como forma de resolver a crise. “Isto é, para não medir palavras, simplesmente insano”, disse Krugman.

Segundo o economista, a experiência europeia com programas de austeridade fiscal nos últimos anos comprova que essas medidas só servem para afundar ainda mais países que já estão vivendo em depressão econômica.

Krugman diz que, se os líderes europeus realmente quisessem salvar o euro, estariam buscando alternativas diferentes, como políticas monetárias e fiscais expansionistas. Mas o que se vê atualmente é uma atitude completamente inflexível.

"Por isso, é difícil evitar a sensação de desespero”, escreveu Krugman. “Ao invés de admitirem que estão errados, os líderes europeus parecem determinados a levar suas economias – e sociedades – para o abismo.” 

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