Economia

Europa apresenta previsões de crescimento

Os Estados membros se expõem a sanções financeiras em caso de descumprimento dos objetivos orçamentários, e são submetidos a uma maior vigilância desde o início da crise


	Moedas de euro sobre a bandeira da União Europeia: cerca de 15 países europeus estavam obrigados a reduzir seus déficits a 3% do Produto Interno Bruto no ano passado ou neste ano.
 (©afp.com / Philippe Huguen)

Moedas de euro sobre a bandeira da União Europeia: cerca de 15 países europeus estavam obrigados a reduzir seus déficits a 3% do Produto Interno Bruto no ano passado ou neste ano. (©afp.com / Philippe Huguen)

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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 15h16.

Bruxelas - A Comissão Europeia apresenta nesta sexta-feira suas novas previsões econômicas, embora diversos países, começando por França ou Espanha, não cumprirão suas metas de déficit em uma Europa onde a austeridade tem cada vez mais críticos.

Bruxelas publica três vezes por ano suas previsões de crescimento, déficit público e dívida, assim como sobre a inflação e o emprego dos 27 Estados membro da União Europeia. Estes dados serão publicados na sexta-feira às 10h00 GMT (07h00 de Brasília).

Os Estados membros se expõem a sanções financeiras em caso de descumprimento dos objetivos orçamentários, e são submetidos a uma maior vigilância desde o início da crise.

Cerca de 15 países europeus estavam obrigados a reduzir seus déficits a 3% do Produto Interno Bruto no ano passado ou neste ano. Mas na Eurozona apenas "Bélgica, Itália, Áustria e Holanda pareciam estar no bom caminho" em novembro, segundo as previsões anteriores da Comissão, afirma Carsten Brzeski, do banco ING.

Diante da deterioração da situação econômica na Eurozona, que caiu em recessão no fim de 2012, são esperados diversos descumprimentos, razão pela qual Bruxelas pode pedir para que sejam feitos novos esforços de austeridade.

A França se adiantou. Depois de negar a realidade por muito tempo, a segunda economia da Eurozona reconheceu na semana passada que não poderá cumprir a meta de déficit de 3% do PIB para o fim do ano, sabendo que seu crescimento será inferior aos 0,8% previstos há muito tempo.


A Espanha tampouco cumprirá com seu objetivo de 6,3% negociado com Bruxelas para 2012, admitiu na véspera o presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, que anunciou que estará "abaixo dos 7%". No entanto, é melhor que a previsão dos analistas.

"Se o crescimento se deteriorar de maneira imprevista, um país pode se beneficiar de um prazo adicional para corrigir seu déficit excessivo", repetiu em várias ocasiões o comissário europeu para Assuntos Econômicos, Olli Rehn. No entanto, é preciso que "tenha realizado os esforços fiscais exigidos", advertiu.

Embora tenha prometido "chegar o mais perto possível" dos 3%, o presidente francês, François Hollande, negou-se na quarta-feira "a somar mais ações às medidas porque não queremos cair na austeridade".

Outros países esperam um gesto de Bruxelas. Na quarta-feira, Portugal admitiu que precisa de mais um ano para organizar suas finanças, já que as medidas de austeridade que está executando sob a tutela de seus credores internacionais afundaram na recessão.

É "razoável" esperar que a Comissão proponha "uma ampliação de um ano ao prazo concedido a Portugal para corrigir seu déficit fiscal excessivo", declarou o ministro das Finanças, Vitor Gaspar.

Isto poderia ocorrer durante a próxima avaliação dos credores das reformas aplicadas pelo governo em troca de ajuda financeira.


Com as crescentes críticas recebidas pela política de austeridade, a Comissão Europeia precisará dar mostras de flexibilidade.

No fim da semana passada, o G20 defendeu "estratégias orçamentária de médio prazo confiáveis", e não tanto objetivos numéricos e prazos precisos no curto prazo.

Na Grécia, cerca de 50 mil pessoas saíram na quarta-feira às ruas no âmbito de um novo dia de greve geral contra a austeridade, que levou ao empobrecimento de grande parte da população.

Nesta quinta-feira, outra manifestação convocada por três sindicatos belgas para protestar contra o congelamento de salários reuniu 30.000 pessoas em Bruxelas, segundo a polícia, e 40.000, de acordo com os sindicatos, muito mais que o esperado pelos organizadores.

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