Jeroen Dijsselbloem: o Chipre terá que fornecer 13 bilhões de euros ao resgate, e deste modo o valor total do programa será de 23 bilhões (John Thys/AFP)
Da Redação
Publicado em 12 de abril de 2013 às 10h24.
Dublin - Os ministros de Finanças da eurozona deram nesta sexta-feira sinal verde político para as condições do resgate do Chipre, de até 10 bilhões de euros, e agora os parlamentos nacionais devem aprová-las formalmente.
"Demos as boas-vindas ao acordo técnico alcançado entre a troika -Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI)- e o Chipre", que está "plenamente em linha" com os parâmetros e objetivos chaves fixados pelo Eurogrupo em 25 de março, disse o presidente do organismo, Jeroen Dijsselbloem, em entrevista coletiva.
"Consideramos que existem todos os elementos necessários para iniciar os procedimentos nacionais requeridos" para a "aprovação formal" dos instrumentos de financiamento através do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), disse Dijsselbloem, que também é ministro holandês de Finanças.
O presidente do Eurogrupo confirmou que o valor que o FMI e a zona do euro irão destinar ao país será de 10 bilhões de euros.
O Chipre terá que fornecer 13 bilhões de euros ao resgate, e deste modo o valor total do programa será de 23 bilhões, e não 17 bilhões como estava previsto inicialmente.
Dijsselbloem explicou além disso que os ministros receberam informação sobre a auditoria independente sobre de lavagem de capitais que o Chipre se comprometeu a realizar e disse que Nicósia garantiu que há um especialista trabalhando no país nesta questão.
A auditoria externa deve certificar o cumprimento das normas contra a lavagem de dinheiro no Chipre para tranquilizar seus sócios da eurozona, que tinham expressado dúvidas sobre o resgate ao alegar que os bancos cipriotas não impediram as fraudes cometidas por clientes russos, acusação negada pelo governo da ilha.
Este trabalho deverá estar finalizado antes do primeiro desembolso" da ajuda para o Chipre, que se dará em meados de maio, segundo o responsável do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), Klaus Regling. O prazo para pagamento do crédito será entre 15 e 30 anos.
O vice-presidente da Comissão Europeia e representante de Assuntos Econômicos e Monetários do bloco, Olli Rehn, felicitou o acordo político, que "abre agora caminho para os procedimentos nacionais".
"Espero uma bem-sucedida finalização do processo para o final da próxima semana", indicou o finlandês ao explicar que a aprovação dos parlamentos nacionais permitirá a assinatura do Memorando de Entendimento, que estabelece as condições do resgate e o início efetivo do programa.