Economia

Euro vai cair até se igualar ao dólar, diz Goldman Sachs

Diferença na recuperação americana e europeia vai fazer com que um dólar e um euro cheguem ao mesmo valor em 2017, segundo o banco


	Notas de euro e dólar: segundo banco, moedas devem se igualar
 (Marcos Santos/Agência USP)

Notas de euro e dólar: segundo banco, moedas devem se igualar (Marcos Santos/Agência USP)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 15h57.

São Paulo - Projetar a taxa de câmbio no futuro é uma das tarefas mais inglórias para um economista, mas isso não impede eles de tentarem.

Em uma nota divulgada recentemente, o banco americano Goldman Sachs faz uma aposta audaciosa: a de que um dólar e um euro valerão a mesma coisa em 2017, o que aconteceu pela última vez entre o final de 1999 e de 2002.

"O euro se enfraqueceu 8% em relação ao dólar desde maio. Nós esperamos que essa atração gravitacional para baixo persista pelos próximos vários anos até que o câmbio seja de paridade com o dólar até o final de 2017. De um patamar de 1,29, nossos economistas preveem que o euro irá se depreciar cerca de 7% em relação ao dólar no ano que vem (para 1,20) e cair mais 22% até a paridade em 2017", diz o texto.

A razão para isso é que o mercado americano e europeu tem se comportado de forma bem diferente. Nos Estados Unidos, a recuperação econômica segue vigorosa, o programa de compra de ativos do banco central está sendo desmontado e a perspectiva é de alta dos juros em algum momento de 2015.

Enquanto isso, a Europa segue com crescimento fraco e desemprego persistente, o que forçou o banco central europeu a cortar os juros ainda mais e anunciar uma nova rodada de injeção de dinheiro no mercado.

A boa notícia é que a desvalorização do euro deve dar um empurrão na inflação (constantemente abaixo da meta) e de quebra, tornar os produtos europeus mais competitivos.

Recentemente, o Morgan Stanley afirmou que essa falta de sincronia entre os grandes atores do cenário internacional é algo a ser comemorado, já que um pode absorver os choques do outro sem a formação de novas bolhas - o que pode fazer com que o ciclo atual de expansão seja um dos mais longos da história recente.

Acompanhe tudo sobre:Bancosbancos-de-investimentoCâmbioDólarEmpresasEmpresas americanasEstados Unidos (EUA)EuroEuropaGoldman SachsMoedasPaíses ricos

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China