Economia

EUA, UE e Japão entram com ação contra a China na OMC

Os dois países e o bloco europeu criticam as restrições da China à exportação de terras-raras, usadas em produtos de alta tecnologia

A China é o maior produtor mundial de terras-raras, os 17 metais indispensáveis para fabricar produtos de alta tecnologia (Frederic J. Brown/AFP)

A China é o maior produtor mundial de terras-raras, os 17 metais indispensáveis para fabricar produtos de alta tecnologia (Frederic J. Brown/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2012 às 10h43.

Bruxelas - O representante de Comércio Exterior dos Estados Unidos, Ron Kirk, confirmou nesta terça-feira que Washington apresentou uma demanda contra a China na Organização Mundial do Comércio (OMC) por suas exportações "desleais" de metais denominados terras-raras, indispensáveis para produtos de alta tecnologia.

"A China limita cada vez mais suas exportações, o que provoca enormes distorções e interrupções que afetam a rede de abastecimento destes materiais no mercado mundial", afirma Kirk em um comunicado.

A OMC confirmou ter recebido a queixa apresentada contra a China por suas restrições às exportações das terras-raras, essenciais para a fabricação de produtos de alta tecnologia.

A União Europeia (UE) se uniu nesta terça-feira aos Estados Unidos e ao Japão na demanda contra a China.

Os dois países e o bloco europeu criticam as restrições da China à exportação de terras-raras, usadas em produtos de alta tecnologia.

"Junto aos Estados Unidos e Japão, a União Europeia levou sua divergência com a China formalmente à OMC", afirma a Comissão Europeia em um comunicado.

A nova ação segue uma disputa da UE com a China sobre a exportação de matérias-primas que terminou com decisão a favor dos europeus.

"As restrições da China sobre as terras-raras e sobre outros produtos violam as normas internacionais do comércio e devem ser suprimidas", afirma o comissário de Comércio da UE, Karel De Gucht, em um comunicado.


A China é o maior produtor mundial de terras-raras, os 17 metais indispensáveis para fabricar produtos de alta tecnologia, utilizados dos mísseis aos telefones celulares, passando pelos veículos elétricos e usinas eólicas.

A vontade de Pequim de controlar as exportações de terras-raras provocou uma onda de protestos no exterior. Quase 97% da produção destes metais procede da China, que dispõe de um terço dos recursos mundiais e onde a extração provoca graves danos ao meio ambiente e aos moradores.

Esta não é a primeira vez que a OMC tem que decidir uma disputa sobre terras-raras com o gigante asiático, segunda maior economia mundial. Ano passado, a organização com sede em Genebra condenou a China por uma demanda apresentada em 2009 pela UE, Estados Unidos e México contra as restrições impostas às exportações de nove matérias-primas essenciais para a indústria europeia.

"Apesar do precedente, a China não fez nenhum esforço para suprimir as restrições à exportação. Isto não nos deixa outra escolha", destacou De Gucht.

Antes da apresentação oficial da demanda, o ministério chinês das Relações Exteriores alegou que as cotas impostas por Pequim às exportações cumprem as regras da OMC.

"As cotas foram estabelecidas para proteger o meio ambiente e permitir o desenvolvimento sustentável", afirmou o porta-voz do ministério, Liu Weimin.

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