Plataforma de petróleo: até 2020 os campos de petróleo no Texas e na Dakota do Norte terão passado seu pico de produção e o Oriente Médio irá recuperar a liderança (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 08h41.
São Paulo - Os Estados Unidos irão superar a Arábia Saudita e a Rússia para tornarem-se o maior produtor de petróleo do mundo até 2016, informou a Agência Internacional de Energia (AIE), aproximando o país da autossuficiência e reduzindo a necessidade pelo petróleo ofertado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
No entanto, até 2020 os campos de petróleo no Texas e na Dakota do Norte terão passado seu pico de produção e o Oriente Médio irá recuperar a liderança, especialmente como fornecedor para a Ásia, disse nesta terça-feira a agência, com sede em Paris.
A AIE, que orienta a política energética de potências ocidentais, havia previsto em seu relatório de Perspectivas para a Energia Mundial em 2012 que os EUA iriam superar a Arábia Saudita como maior produtor em 2017.
Ao apresentar a perspectiva para 2013, o economista chefe da AIE, Fatih Birol, disse que a entidade espera um reordenamento do ranking de produção já em 2016, no mais tardar.
"Nós vemos dois capítulos nos mercados de petróleo. Até 2020, nós esperamos maior produção de petróleo de xisto--eu chamaria isso de uma onda. E devido ao aumento de produção no Brasil, a necessidade pelo petróleo do Oriente Médio nos próximos poucos anos será menor", disse ele em entrevista à Reuters.
"Mas devido a uma base de recursos limitada (de petróleo de xisto dos EUA), isso irá se estabilizar e declinar. Depois de 2020, haverá um grande domínio do petróleo do Oriente Médio." A AIE disse que os preços devem continuar a subir e estimular o desenvolvimento de reservas não convencionais como o petróleo leve de xisto, que tem gerado um boom na produção dos EUA, a exploração nas areias betuminosas no Canadá e a produção em águas profundas no Brasil e de gás natural líquido.
Os preços de petróleo deverão subir de maneira estável para 128 dólares por barril até 2035 (sob parâmetros de 2012), alta de 3 dólares ante o previsto em 2012.