Obama: "os EUA são a terra das oportunidades. Isso não é um mito, é um fato comprovado", afirmou (REUTERS/Kevin Lamarque)
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2013 às 06h06.
Washington - Os Estados Unidos redobraram nesta quinta-feira os esforços para se manter como "a terra das oportunidades" e o principal receptor global de investimentos estrangeiros diante da crescente concorrência das economias emergentes.
O próprio presidente dos EUA, Barack Obama, ressaltou isso em discurso para mais de mil empresários e investidores de todo o mundo reunidos no hotel Marriott Wardman Park de Washington para participar do primeiro fórum SelectUSA, que procura reforçar a imagem do país como destino privilegiado dos investimentos.
"Os EUA são a terra das oportunidades. Isso não é um mito, é um fato comprovado", afirmou Obama, que ressaltou que empresas multinacionais como Ford ou Caterpillar estão voltando ao país para gerar emprego.
Obama convidou às empresas não americanas a "aproveitar as tradicionais razões que fazem que os Estados Unidos sejam o melhor lugar para se fazer negócios".
Com este objetivo, Washington lançou um plano para atrair o investimento estrangeiro que utilizará pela primeira vez de maneira ativa e coordenada as embaixadas americanas no exterior e oferecerá um ponto de contato único em nível federal para as empresas interessadas.
Até agora, cada uma das agências federais, além dos diversos governos estaduais e locais, atuavam de maneira independente, destacou Obama.
O novo plano dará prioridade, sobretudo, àqueles investimentos que ajudem a criação de postos de trabalho e será gerado um índice de investimento para analisar as práticas mais eficazes.
Embora os dados continuem localizando aos EUA como principal destino de investimentos, o número veio descendo de maneira contínua: em 2008 os investimentos estrangeiros diretos foram de US$ 318 bilhões e em 2012 chegaram quase à metade, US$ 166 bilhões.
Por isso, o subsecretário de Comércio Exterior dos EUA, Francisco J. Sánchez, reconheceu que "o principal desafio" que o país enfrenta é que agora deve "estar no mercado, divulgado as vantagens dos EUA por seu clima de negócios".
"Antes nem sequer tínhamos que dizê-lo, simplesmente vinham. Isso ainda ocorre, mas agora temos muito mais concorrência", destacou Sánchez em entrevista à Agência Efe no fórum, que contou com a participação de executivos de empresas líderes em seus respectivos setores como Wal-Mart, Deloitte, Dow Chemical e Google.
Por sua vez, os empresários continuam enxergando as enormes vantagens que oferece o maior mercado mundial, 300 milhões de consumidores com um alto nível de renda e um enorme investimento em pesquisa e desenvolvimento.
No entanto, as empresas não esconderam as preocupações sobre o crescente confronto político em Washington ocorrido no início de outubro, e durante 16 dias, provocou a paralisação parcial da administração americana por falta de fundos.
"Há uma falta de confiança nos EUA. Muitas empresas estão à espera de um acordo fiscal (a longo prazo) no país e isso cria muita incerteza", afirmou Larry Fink, presidente-executivo da BlackRock, um dos principais gerentes de fundos de investimento do mundo, durante um dos painéis.
Fink ressaltou que as oportunidades são "enormes", mas que a crise fiscal só conseguiu um alívio temporário, já que o acordo entre republicanos e democratas se repetirá em uma nova data limite no início do próximo ano.
Por último, os executivos reivindicaram como "urgente" a aprovação de uma reforma migratória integral que facilite a contratação de trabalhadores estrangeiros e legalize a situação 11 milhões de imigrantes que vivem ilegalmente no país.
"Se for aprovada a reforma migratória, os EUA podem ser simplesmente imbatíveis", disse Andrew Liveris, presidente da empresa química Dow Chemicals, sobre o potencial da primeira economia do mundo.
A reforma migratória é considerada por Obama como uma das prioridades de seu segundo mandato, mas, mais uma vez, o confronto político no Congresso mantém em suspenso sua definitiva aprovação.