Economia

EUA recupera pouco mais da metade dos empregos perdidos na pandemia

Números desta sexta-feira certamente se tornarão uma questão política na corrida pela Casa Branca, na qual o impacto econômico da pandemia tem predominado

Cartaz de contratação em loja da Urban Outfitters em Boston.     (Brian Snyder/Reuters)

Cartaz de contratação em loja da Urban Outfitters em Boston. (Brian Snyder/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 2 de outubro de 2020 às 10h04.

Última atualização em 2 de outubro de 2020 às 19h22.

A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em setembro já que a recuperação diante do tombo da Covid-19 perdeu ímpeto em meio à redução do auxílio fiscal do governo e a uma pandemia implacável, deixando muitos em risco de ficarem permanentemente desempregados.

No último relatório mensal de emprego antes da eleição presidencial de 3 de novembro, o Departamento do Trabalho informou nesta sexta-feira a criação de 661 mil postos de trabalho no mês passado após 1,489 milhão em agosto.

Economistas consultados pela Reuters esperavam abertura de 850 mil vagas de trabalho em setembro.

A criação de vagas atingiu o pico em junho, com um recorde de 4,781 milhões de postos de trabalho.

A taxa de desemprego caiu a 7,9% em setembro de 8,4% em agosto. Embora a taxa venha recuando ante a máxima de 14,7% em abril, ela tem sido influenciada pelas pessoas que classificam a si mesmas de forma errada como "empregadas mas ausentes do trabalho".

Os números desta sexta-feira certamente se tornarão uma grande questão política na corrida pela Casa Branca, na qual o impacto econômico da pandemia tem predominado.

O presidente republicano Donald Trump provavelmente verá o quinto mês consecutivo de aumento de empregos como um sinal de progresso para uma economia que mergulhou em recessão em fevereiro. Os EUA já recuperaram pouco mais da metade dos empregos perdidos na pandemia.

Mas a abertura de vagas em setembro foi a menor desde que a recuperação do emprego começou em maio e deixa o mercado de trabalho ainda distante de recuperar os 22,2 milhões de postos perdidos em março e abril, indicando crescimento mais lento para o quarto trimestre.

O ex-vice-presidente dos EUA, Joe Biden, indicado pelo Partido Democrata, atribui a turbulência econômica à abordagem da Casa Branca diante da pandemia, que já matou mais de 200 mil pessoas e infectou mais de 7 milhões no país.

Trump informou nesta sexta-feira que ele e sua esposa Melania testaram positivo para a Covid-19.

"A recuperação continua, mas em um ritmo mais lento em parte porque o estímulo do governo diminuiu significativamente", disse Sung Won Sohn, professor de finanças e economia da Loyola Marymount University. "Estamos vendo mais reduções de pessoal e falências e, até que o próximo governo chegue com mais apoio, não ficaria surpreso em ver um novo declínio no emprego ao final do ano."

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusEstados Unidos (EUA)Mercado de trabalho

Mais de Economia

Salário mínimo: Haddad confirma nova regra de reajuste e diz que piso continuará acima da inflação

Haddad anuncia isenção de IR para quem ganha R$ 5 mil e tributação para renda superior a R$ 50 mil

Banco Central russo para de comprar moedas estrangeiras para frear desvalorização do rublo

CCJ conclui audiências sobre reforma tributária, mas votação do parecer ainda não tem data