Economia

EUA podem reduzir subsídios para algodão, diz professor

Brasília - Os Estados Unidos podem reduzir efetivamente os subsídios concedidos aos produtores de algodão, segundo avaliação do professor da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Jorge Ramalho. Para Ramalho, pode ter o efeito desejado a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) de autorizar o Brasil a retaliar os Estados Unidos em até US$ 829 […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - Os Estados Unidos podem reduzir efetivamente os subsídios concedidos aos produtores de algodão, segundo avaliação do professor da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Jorge Ramalho.

Para Ramalho, pode ter o efeito desejado a decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) de autorizar o Brasil a retaliar os Estados Unidos em até US$ 829 milhões, depois de uma ação do governo brasileiro contra os subsídios - que são proibidos pelas regras da organização, mas concedidos aos produtores de algodão americanos.

“Muito provavelmente eles [os Estados Unidos] reduzirão. Se não reduzirem vão insistir em algo que já sabem ser equivocado”, disse Ramalho. Segundo ele, há um grande custo para o governo americano ao conceder um subsídio como esse, principalmente no plano internacional. “A consequência a médio e longo prazo é que o setor terá que se ajustar.”

A Câmara de Comércio Exterior (Camex) divulgou na última segunda-feria (8) uma lista com os produtos norte-americanos que deverão ser sobretaxados a partir de 4 abril, caso até lá não seja fechada nenhuma negociação com os Estados Unidos para que o Brasil abra mão desse direito, em troca de compensações comerciais.

A Camex prepara ainda uma lista com serviços e propriedade intelectual norte-americanos que podem ser taxados. Essa segunda lista deve ser apresentada aos ministros que fazem parte da câmara no próximo dia 23.

Segundo Ramalho, os dois países devem negociar para que a retaliação não aconteça, porque os dois perdem com a situação. Ramalho explicou que quando há uma sobretaxa em algum produto, a tendência é de aumento dos preços ao consumidor por falta de concorrência, o que não interessa ao governo brasileiro. Assim como não interessa aos norte-americanos ficarem de fora do nosso mercado.

“Os incentivos são muito maiores para que se faça um bom acordo do que para que se imponham as sanções.”

Ele afirmou, ainda, que o governo dos Estados Unidos já deu mostras de que quer negociar compensações ao Brasil.  “Já foi muito claramente sinalizado pelo secretário de Comércio Exterior dos Estados Unidos [Gary Locke] que eles estão dispostos a fazer isso. Já há uma lista de produtos e concessões que os americanos fariam em troca do direto de retaliar, mas isso levará algum tempo."

 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaComércioComércio exteriorDados de BrasilEstados Unidos (EUA)Países ricosSubsídios

Mais de Economia

Economia argentina cai 0,3% em setembro, quarto mês seguido de retração

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE