Economia

EUA, México e Canadá concordam em renegociar Nafta

"Penso que o resultado final tornará os três países mais fortes e melhores", declarou Trump sobre um novo acordo

EUA: segundo a Casa Branca, o presidente "aceitou não abandonar o Nafta" (AFP/AFP)

EUA: segundo a Casa Branca, o presidente "aceitou não abandonar o Nafta" (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 27 de abril de 2017 às 09h49.

Os países do tratado de livre comércio da América do Norte (Nafta) - Estados Unidos, México e Canadá - planejam renegociar em breve os termos do acordo, informou nesta quarta-feira a Casa Branca.

O presidente Donald Trump "aceitou não abandonar o Nafta neste momento e os governantes concordaram em proceder rapidamente (...) para permitir uma renegociação do acordo", informou a Casa Branca.

Trump conversou nesta quarta-feira com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau: "Estas duas conversas foram agradáveis e construtivas", ressaltou a Casa Branca.

"É minha decisão atualizar o Nafta por meio de uma renegociação. É uma honra discutir com o presidente Peña Nieto e com o primeiro-ministro Trudeau. Penso que o resultado final tornará os três países mais fortes e melhores", declarou Trump em um comunicado.

A Presidência mexicana confirmou que Peña Nieto conversou com Trump e que ambos concordaram em renegociar o Nafta, em vigor desde 1994.

"Os mandatários concordaram com a conveniência de se manter o Nafta e de trabalhar com o Canadá para realizar uma bem sucedida renegociação, benéfica para os três países", destacou a Presidência mexicana.

O anúncio da Casa Branca ocorreu após a imprensa americana noticiar que Trump estava analisando a saída do Estados Unidos do tratado, em vigor desde 1994.

Um rascunho do decreto está na última fase de revisão, informaram dois funcionários da Casa Branca ao portal Politico, acrescentando que poderá ser divulgado em uma ou duas semanas.

As regras do Nafta determinam que os países no tratado devem dar um aviso prévio de 90 dias para qualquer pedido de renegociação, e de seis meses para retirar-se.

Durante a campanha eleitoral do ano passado, Trump classificou o Nafta como um "desastre" e um "péssimo acordo" para a economia americana por ter levado empregos dos EUA para o México e o Canadá.

Na segunda-feira, o governo americano anunciou a imposição de tarifas sobre a madeira canadense e ameaçou fazer o mesmo com os produtos lácteos do Canadá. A madeira e os derivados de leite não estão cobertos pelo Nafta.

Com relação ao México, Trump ameaçou impor tarifas aos automóveis montados no país para o mercado americano, mecanismo previsto pelo tratado em vigor desde 1994.

Diante das decisões de Trump, a associação americana de produtores de cereais acendeu a luz de alarme.

"México e Canadá são dois dos mais importantes mercados para nossas exportações e nossa organização tem trabalhado com seus associados nesses dois países durante 30 anos", afirmou em comunicado.

"Estamos surpresos e inquietos de ver informações indicando que o governo de Trump considera um decreto(A sobre a retirada dos Estados Unidos do Nafta", acrescentou a organização.

O comércio do México com seus parceiros do Nafta quintuplicou para atingir 516 bilhões de dólares ao ano desde a entrada do tratado em vigor, segundo números oficiais.

Os Estados Unidos são o principal sócio comercial do México e mais de 80% das exportações mexicanas têm como destino os EUA, incluindo diversos itens de produtos americanos, o que revela a forte integração entre as duas indústrias nacionais.

Os Estados Unidos registraram em 2016 um déficit comercial de 62 bilhões de dólares com o México, e umsuperávit de 8 bilhões com o Canadá.

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