Economia

EUA insiste que México deve "fazer mais" na fronteira para evitar tarifas

Trump anunciou na semana passada taxação sobre todos os produtos procedentes do México como represália pelo crescente fluxo migratório pela fronteira

México: Trump ameaçou manter os encargos "até o momento em que os migrantes ilegais que vêm pelo México ao nosso país pararem" (Edgard Garrido/Reuters)

México: Trump ameaçou manter os encargos "até o momento em que os migrantes ilegais que vêm pelo México ao nosso país pararem" (Edgard Garrido/Reuters)

E

EFE

Publicado em 2 de junho de 2019 às 14h35.

Washington — O secretário interino do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos (DHS, na sigla em inglês), Kevin McAleenan, insistiu neste domingo (02) que o México precisa "intensificar o seu trabalho e fazer mais" para enfrentar a "crise" na fronteira entre os dois países.

"Precisamos que o México intensifique o seu trabalho e faça mais. Precisamos que considerem novas estratégias", disse McAleenan em entrevista no programa "State of the Union", da emissora de televisão "CNN".

McAleenan tinha argumentado em ocasiões anteriores que uma economia mais forte pode ajudar um país como o México a lidar com a migração aos EUA, mas hoje questionou as dúvidas sobre se prejudicar a economia mexicana com as tarifas seria "ineficaz".

"Temos uma situação que devemos abordar em associação com o México", acrescentou o secretário americano

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na última quinta-feira a imposição de tarifas — que começarão em 5% em junho e chegarão até os 25% em outubro — sobre todos os produtos procedentes do México como represália pelo crescente fluxo migratório pela fronteira.

Trump ameaçou manter os encargos "até o momento em que os migrantes ilegais que vêm pelo México ao nosso país pararem".

Por outro lado, o chefe de Gabinete interino da Casa Branca, Mick Mulvaney, afirmou hoje em outra entrevista que a ameaça de Trump ao México é "absolutamente séria".

"Ele leva absolutamente muito sério. Espero que estas tarifas de 5% entrem em vigor em 10 de junho porque o presidente está seriamente decidido a resolver a situação na fronteira sul", disse Mulvaney no programa "Fox News Sunday".

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, apelou na última sexta-feira ao diálogo e evitou o confronto, confiando que em breve Trump repensará esta dura decisão.

De fato, o chanceler mexicano Marcelo Ebrard chegou a Washington neste fim de semana para liderar a delegação de seu país na negociação com os EUA para solucionar esta situação pela via diplomática, sem a necessidade da pressão econômica.

O desenrolar dos eventos marcará a relação comercial entre os países. Atualmente, os EUA são o principal parceiro comercial do México, que exportou entre janeiro e novembro de 2018 ao país vizinho produtos no valor de US$ 328 bilhões, o que representa 79,4% das exportações totais.

A maioria foram bens de consumo, como alimentos e produtos relacionados com o setor automotivo, segundo dados do Governo do México.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Guerras comerciaisImigraçãoMéxico

Mais de Economia

Governo anuncia bloqueio orçamentário de R$ 6 bilhões para cumprir meta fiscal

Black Friday: é melhor comprar pessoalmente ou online?

Taxa de desemprego recua em 7 estados no terceiro trimestre, diz IBGE

China e Brasil: Destaques da cooperação econômica que transformam mercados