Economia

EUA e Alemanha anunciam coordenação para apoiar Europa

Schäuble e Geithner pediram esforços conjuntos, em escala europeia e internacional, para conseguir a estabilização da economia europeia

Schäuble: Ele e Geithner ratificaram sua confiança nos ''consideráveis'' esforços que estão fazendo tanto a Espanha como a Itália (Eric Piermont/AFP)

Schäuble: Ele e Geithner ratificaram sua confiança nos ''consideráveis'' esforços que estão fazendo tanto a Espanha como a Itália (Eric Piermont/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2012 às 20h56.

Frankfurt - O ministro de Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, anunciaram nesta segunda-feira que cooperarão na estabilização da economia da zona do euro.

Os dois ministros insistiram na necessidade de aplicação das reformas estipuladas na União Europeia (UE), em comunicado conjunto, após o encontro que mantiveram na ilha de Sylt (Alemanha).

Schäuble e Geithner pediram esforços conjuntos, em escala europeia e internacional, para conseguir a estabilização da economia europeia. O encontro foi qualificado como uma ''reunião informal de trabalho''.

Ambos ratificaram sua confiança nos ''consideráveis'' esforços que estão fazendo tanto a Espanha como a Itália, com seus respectivos programas de reformas, e se comprometeram a seguir trabalhando para conseguir a estabilização da economia global.

Após o encontro com Schäuble, Geither viajou para Frankfurt para encontrar o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. O BCE, que se reúne na próxima quinta-feira para tratar da política monetária da zona do euro, confirmou o encontro, mas não quis dar mais informação a respeito.

Em declaração a um jornal alemão, o primeiro-ministro de Luxemburgo e presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, responsabilizou a Alemanha por parte do agravamento da crise e disse que alguns de seus políticos tratam a zona do euro como ''uma filial''.


A maior parte dos analistas não acredita que o BCE volte a cortar sua taxa de juros principal - que está atualmente em 0,75%, - mas, espera que Draghi confirme a disposição da entidade monetária de comprar dívida soberana ou executar outras medidas para apoiar a zona do euro.

O BCE informou nesta segunda que não comprou dívida dos países da zona do euro semana passada, pelo menos não nos dias anteriores às declarações do presidente da entidade, Mario Draghi.

O valor publicado pelo BCE na segunda-feira inclui as operações fechadas até quarta-feira, por isso as executadas na quinta ou sexta-feira não estão incluídas.

O presidente do BCE assegurou na quinta-feira em Londres que ''dentro de nosso mandato o BCE está preparado para fazer tudo o que for necessário para preservar o euro e, acredite, isto será suficiente''.

O BCE comprou até o momento no mercado secundário dívida soberana dos países da zona do euro com dificuldades de financiamento no valor de 211,5 bilhões de euros.

A entidade monetária europeia iniciou este programa de compra de dívida soberana em maio de 2010 para ajudar a Grécia e em agosto do ano passado o ampliou para comprar dívida da Espanha e da Itália.


O discurso de Draghi na semana passada contribuiu para a queda do prêmio de risco de Itália e Espanha, esse último fechando em 524 pontos. A rentabilidade da dívida espanhola a dez anos caiu para 6,61%, depois de ter alcançado 7,6% na semana passada.

No entanto, a agência de medição de riscos Moody''s considera que o BCE pode ganhar tempo, mas não pode resolver a crise de dívida da região.

A Moody''s assinala que a resolução da crise da zona do euro dependerá da redução dos déficits orçamentários e do endividamento dos Estados-membros, assim como da aplicação das reformas estruturais para estimular o crescimento. 

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