Economia

EUA dizem que China representa ameaça para comércio mundial

Para o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, o sistema econômico estatal do país asiático é um desafio "mais difícil" do que no passado

China: o país está no centro da preocupação do governo do presidente Donald Trump (Damir Sagolj/Reuters)

China: o país está no centro da preocupação do governo do presidente Donald Trump (Damir Sagolj/Reuters)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 19h21.

Washington - O representante comercial dos Estados Unidos, Robert Lighthizer, disse nesta segunda-feira que a China representa uma ameaça "sem precedentes" para o sistema de comércio mundial, afirmando que o sistema econômico estatal do país asiático é um desafio "substancialmente mais difícil" do que no passado.

"A grande escala do esforço coordenado para desenvolver sua economia, subsidiar, criar campeões nacionais, forçar transferências de tecnologia e distorcer mercados na China e em todo o mundo é uma ameaça para o sistema de comércio mundial sem precedentes", disse Lighthizer no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, um grupo de reflexão sediado em Washington.

Lighthizer, em uma de suas primeiras aparições públicas fora do Capitólio, colocou a China no centro da preocupação do governo do presidente Donald Trump de que o sistema comercial global não está servindo bem os trabalhadores e os agricultores americanos.

O foco em Pequim ecoa a mensagem da campanha de Trump em 2016 e ilustra a ênfase de sua administração nos déficits comerciais.

A China enviou US$ 347 bilhões em bens a mais para os EUA do que os EUA exportaram para a China em 2016.

O representante comercial mencionou apenas o governo de Pequim pelo nome em suas declarações preparadas e não se referiu no discurso à renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês) que envolve o México e o Canadá.

"Estamos nos movendo à velocidade da correnteza, mas não sabemos se estamos chegando a uma conclusão", afirmou, em resposta a uma pergunta sobre o Nafta.

Em contraste, ele expressou otimismo de que as negociações comerciais com o Reino Unido serão bem-sucedidas.

O governo Trump procurou pressionar fortemente o México e o Canadá, que não acolheram algumas ideias americanas do Nafta.

Sobre a China, Lighthizer também evitou colocar um plano específico. Até o momento, o governo Trump abriu uma variedade de investigações relacionadas ao comércio com Pequim, mas atrasou a imposição de grandes peças, citando conversas contínuas com o governo chinês.

Ao lado do secretário do comércio, Wilbur Ross, Trump defendeu o uso de impostos sobre as importações de outros países como forma de pressioná-los em discordâncias comerciais.

"Devemos usar todos os instrumentos que temos para tornar mais caro se engajar em comportamentos não-econômicos e convencer nossos parceiros a tratar nossos trabalhadores, agricultores e fazendeiros de forma justa", disse Lighthizer nesta segunda-feira.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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