As sanções procuram forçar as companhias estrangeiras a reduzirem ou fecharem seus negócios no país. (Joshua Roberts/Reuters)
EFE
Publicado em 6 de agosto de 2018 às 13h26.
Última atualização em 6 de agosto de 2018 às 15h53.
Washington O governo dos Estados Unidos confirmou nesta segunda-feira que irá impor novamente a primeira parte de sanções contra o Irã e avisou que elas serão "totalmente" implantadas, para aumentar a pressão econômica contra os aiatolás e impedir que continuem financiando "atividades malignas" na região.
"Este governo tem a intenção de cumprir totalmente as sanções e assim que entrem em vigor para pressionar economicamente o regime do Irã, conter as suas atividades malignas e, por último, abrir um novo caminho que leve à prosperidade do povo iraniano", afirmou hoje um alto funcionário americano.
O reatamento das sanções é consequência da retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, de 2015, e procura isolar economicamente o país, forçando companhias estrangeiras a reduzirem ou fecharem seus negócios no país.
À 0h01 (horário local, 1h01 em Brasília), os Estados Unidos penalizarão de novo o comércio de ouro, metais preciosos e outros materiais, entre eles o alumínio e o aço, irão impor outra vez sanções ao setor automobilístico do Irã e proibirão as transações financeiras relacionadas ao sistema de ferrovias. Além disso, Washington impedirá que Teerã adquira dólares e imporá sanções aos que comprem ou facilitem a emissão do dinheiro iraniano.
Essas sanções foram suspensas após a assinatura do acordo nuclear, em julho de 2015, pelo Irã e o G5+1, integrado por Rússia, China, Reino Unido, França, Alemanha e Estados Unidos, então presidido por Barack Obama, um dos que promoveram a iniciativa. Em maio, o seu sucessor, Donald Trump, decidiu sair do pacto e anunciou o reatamento das sanções, cuja primeira parte entra em vigor nas próximas horas e em 4 de novembro será implementado o restante, que inclui a venda de petróleo e as transações financeiras com o Banco Central do Irã.
Segundo disse hoje o alto funcionário americano, cerca de 100 empresas já anunciaram o desejo sair do mercado iraniano, especialmente pela incerteza nos setores energético e financeiro. Até o momento, as mais afetadas são as multinacionais, como Airbus, Peugeot e Siemens.
A Comissão Europeia adotou uma série de medidas para proteger às suas empresas das sanções extraterritoriais dos Estados Unidos, como o chamado "Estatuto de bloqueio".