Economia

EUA chegam a acordo comercial preliminar com China, diz Bloomberg

A chamada "fase um" do acordo estava esperando a assinatura do presidente norte-americano, Donald Trump

Donald Trump e Xi Jinping: Estados Unidos e China teriam chegado à primeira fase de acordo comercial (Damir Sagolji/Reuters)

Donald Trump e Xi Jinping: Estados Unidos e China teriam chegado à primeira fase de acordo comercial (Damir Sagolji/Reuters)

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Reuters

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 17h09.

Última atualização em 12 de dezembro de 2019 às 19h31.

Os Estados Unidos chegaram a um acordo comercial de "primeira fase" com a China, disse uma fonte informada das negociações entre os dois países nesta quinta-feira, afirmando que a Casa Branca deve divulgar um comunicado em breve. Só faltaria agora a aprovação do presidente Donald Trump.

Trump tinha agendada reunião com seus principais assessores comerciais às 16h30 (de Brasília) nesta quinta-feira. Antes do encontro, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, disse a senadores que anúncios eram possivelmente “iminentes” em relação a tarifas dos EUA, afirmou a repórteres o senador republicano John Cornyn.

A Bloomberg News foi a primeira a informar que um acordo em princípio havia sido alcançado.

Os negociadores dos EUA se ofereceram para reduzir em até 50% tarifas sobre cerca de US$ 375 bilhões em mercadorias chinesas, disseram duas pessoas familiarizadas com as negociações, além de suspender as tarifas sobre US$ 160 bilhões em bens programadas para entrar em vigor no domingo, dia 15 de dezembro.

O acordo que está sendo apresentado a Trump inclui um adiamento na nova rodada de tarifas de domingo, um cronograma de reversão de algumas das existentes e uma promessa dos chineses de comprar mais produtos agrícolas dos EUA, segundo fontes. Os termos foram acordados, mas o texto legal ainda não foi finalizado, disseram as pessoas.

Conselheiros de comércio se reuniram com Trump nesta quinta-feira para discutir o pacto, e um anúncio pode vir até o fim do dia. Um porta-voz da Casa Branca não quis comentar. O governo já se comunicou com aliados no Congresso americano e na comunidade empresarial para que emitam comunicados apoiando o anúncio do acordo, tão logo seja feito, segundo as fontes.

Ações de empresas americanas tiveram alta e títulos do Tesouro também. Mais cedo nesta quinta-feira, Trump tuitou que os EUA e a China estavam muito perto de assinar um grande acordo comercial, o que levou também as equities a subirem.

"Eles querem o acordo, e nós queremos também", escreveu Trump.

Trump já rejeitou antes acordos com a China. Negociadores dos dois países vêm trabalhando nos termos da fase 1 há meses, depois que o presidente americano anunciou em outubro que EUA e China chegaram a um denominador comum que poderia ser colocado no papel.

Os Estados Unidos impuseram à China tarifas de 25% sobre US$ 250 bilhões em produtos importados da China, e mais 15% sobre outros US$ 110 bilhões em itens ao longo de uma guerra comercial que já dura 20 meses. As discussões visam reduzir as taxas pela metade.  Se não forem adiadas, as novas tarifas, que começariam à meia-noite de domingo, incidiriam sobre US$ 160 bilhões em produtos de consumo importados da China, como smartphones e brinquedos.

Além de prever um aumento significativo das compras de produtos agrícolas americanos pelos chineses, autoridades já disseram que a fase 1 do pacto incluiriam o compromisso da China de parar com o roubo de propriedade intelectual e também o compromisso de ambos os lados de não manipular o câmbio.

"O resultado das negociações comerciais EUA-China será um determinante essencial da trajetória para o crescimento de 2020", diz Tom Orlik, principal economista da Bloomberg.

De um lado, um acordo que leve as tarifas de volta aos níveis de maio de 2019 e assegure a certeza de que a trégua se manterá pode gerar um aumento de 0,6% no PIB global. Por outro lado, um colapso nas negociações significaria que a desaceleração comercial se estenderá para o próximo ano.

Para discussões posteriores ficaram assuntos espinhosos como as queixas americanas sobre os vastos subsídios chineses a eletricidade e empréstimos baratos que o país asiático utiliza para fomentar seu poder industrial.

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