Economia

EUA devem apoiar Brasil para entrada na OCDE no lugar da Argentina

Plano do governo dos EUA, depois de ter divulgado anteriormente que priorizaria a Argentina, é uma vitória para a administração Bolsonaro

Jair Bolsonaro e Donald Trump: presidente do Brasil busca aproximação com os EUA (Andrew Harrer/Bloomberg)

Jair Bolsonaro e Donald Trump: presidente do Brasil busca aproximação com os EUA (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 07h44.

Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 11h35.

Brasília — Os Estados Unidos planejam apoiar a proposta do Brasil de entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no lugar da Argentina, confirmou o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, na noite de terça-feira.

Os planos do governo dos EUA, depois de ter dito anteriormente que queria que a Argentina fosse o próximo país a se juntar ao clube de nações mais ricas, é uma vitória para o governo do presidente Jair Bolsonaro, um admirador do presidente norte-americano, Donald Trump, e que busca laços mais próximos com Washington desde que assumiu o poder no ano passado.

A notícia foi divulgada primeiramente pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada por duas fontes à Reuters antes da publicação do chanceler. A embaixada norte-americana em Brasília não tinha um comentário de imediato.

Apoiar a entrada do Brasil na OCDE era visto por muitos como um benefício tangível do alinhamento ideológico entre Bolsonaro e Trump, que tem buscado deixar para trás anos de disputas comerciais e desconfiança política entre os dois países para construir um relacionamento mais próximo.

A associação à OCDE é vista como um selo de aprovação que aumentaria a confiança dos investidores no governo e na economia do Brasil.

No entanto, a tentativa do Brasil de ingressar no clube vinha encontrando alguma resistência em Washington, e Bolsonaro ficou desapontado quando Trump não cumpriu inicialmente sua promessa de apoio ao Brasil e o país teve que se contentar com a vontade dos EUA de esperar a Argentina.

A eleição do presidente de esquerda argentino, Alberto Fernández, parece ter feito o Brasil subir na fila.

Mesmo assim, não é provável que a adesão seja imediata.

Em outubro, Bolsonaro disse que a adesão à OCDE era um processo prolongado e que o Brasil levaria até um ano e meio para se tornar membro. Na América Latina, apenas Chile e México estão no clube, enquanto a Colômbia está a caminho de ingressar em breve.

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