Economia

Estudo questiona qualidade dos dados de desemprego

O desemprego oficial foi de 6% da população ativa em dezembro de 2011, segundo o IBGE; número subestima o trabalho informal, o subemprego, diz Ipea

O Ipea considerou que as medições do IBGE seguem os moldes dos países desenvolvidos (Daniela de Lamare)

O Ipea considerou que as medições do IBGE seguem os moldes dos países desenvolvidos (Daniela de Lamare)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2012 às 18h11.

Rio de Janeiro - Um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) questionou a qualidade das estatísticas oficiais do Brasil sobre desemprego, que subestimam o trabalho informal, o subemprego e as pessoas que pararam de buscar uma colocação no mercado.

O desemprego oficial foi de 6% da população ativa em dezembro de 2011, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que se baseia em dados compilados nas seis maiores regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Recife).

O Ipea considerou que as medições do IBGE seguem os moldes dos países desenvolvidos, que contabilizam só a população ativa, ou seja, os trabalhadores e desempregados que buscaram emprego nos últimos trinta dias.

As estatísticas oficiais não incluem os que desistiram de buscar trabalho nem os casos de subemprego, como as jornadas parciais ou o caso dos profissionais qualificados que trabalham em empregos inferiores devido à 'falta de dinamismo do mercado de trabalho'.

Os dados de desemprego também não demonstram que a maioria dos trabalhadores brasileiros desempenha atividades de baixo conteúdo tecnológico e mal remuneradas, um fator estrutural da economia brasileira, segundo o texto.

Entre os novos contratados, 70% ganha até dois salários mínimos (R$ 1.244 reais), e a porcentagem de empregados domésticos é 'muito elevada' e representa 7% dos assalariados do país, segundo dados do Ministério do Trabalho.

O Ipea também indicou que existe falta de mão de obra qualificada em vários setores e lembrou que uma grande porcentagem da população brasileira trabalha na informalidade.

No entanto, o organismo oficial reconheceu que em alguns setores e profissões foram registradas melhorias salariais.

Em suas conclusões, o documento assegurou que é necessário melhorar as estatísticas oficiais com um estudo de desemprego de dimensão nacional, ao mesmo tempo que é preciso avançar na medição da produtividade e do emprego por setores. 

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEstatísticasIBGEIpea

Mais de Economia

Benefícios tributários farão governo abrir mão de R$ 543 bi em receitas em 2025

“Existe um problema social gerado pela atividade de apostas no Brasil”, diz secretário da Fazenda

Corte de juros pode aumentar otimismo dos consumidores nos EUA antes das eleições

Ministros apresentam a Lula relação de projetos para receber investimentos da China