Economia

Estudo mostra que 64,2% dos brasileiros estão endividados

Segunda a pesquisa, quantidade de famílias que não têm condições de pagar suas dívidas subiu para 8,6%

A quantidade de famílias com dívidas no país continua crescendo, mostrou a pesquisa (Arquivo/Stock.XCHNG)

A quantidade de famílias com dívidas no país continua crescendo, mostrou a pesquisa (Arquivo/Stock.XCHNG)

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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2011 às 15h22.

Rio de Janeiro - O índice de famílias brasileiras que declararam ter dívidas subiu para 64,2%, enquanto 24,4% admite que tem dívidas ou contas atrasadas e 8,6% declara não ter condições de pagar o que deve, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os índices de endividamento e falta de pagamento entre os consumidores brasileiros em maio, já elevados, superam os registrados tanto no mesmo mês de 2010 como em abril passado, segundo a pesquisa que entrevistou 17,8 mil pessoas.

A porcentagem de famílias brasileiras que declara ter dívidas subiu de 58,7% em maio do ano passado para 62,6% em abril de 2011 e para 64,2% neste mês.

A porcentagem de famílias que admite que tem contas ou dívidas vencidas e que não pagou subiu de 23,4% em abril para 24,4% neste mês, mas ficou abaixo do registrado em maio do ano passado (25,1%).

No total 8,6% das famílias que asseguraram não ter condições de pagar suas dívidas em maio superou o de abril deste ano (7,8%) e o de maio do ano passado (8,5%).

"O crescimento dos empréstimos em ritmo mais rápido que a renda, o aumento dos custos do crédito e o espaço reduzido para elevações nos prazos de financiamento estão comprometendo cada vez mais a renda das famílias brasileiras com dívidas", segundo a economista Marianne Hanson, responsável pelo estudo da CNC.

"Esse fato, somado à elevação do custo da vida, faz prever uma elevação das taxas de falta de pagamento nos próximos meses", acrescentou a economista.

Segundo a Confederação, tanto o percentual de famílias com dívidas vencidas como o das que admite não ter condições de pagá-las está em seu maior nível este ano.

O aumento do crédito, principalmente para a população mais pobre que antes não tinha acesso, junto com a redução do custo do financiamento, é considerado como uma das principais bases do crescimento da economia brasileira nos últimos anos.

Nos últimos meses, no entanto, o Governo elevou os juros e restringiu os créditos para frear o consumo e a consequente pressão sobre a inflação, que ameaça fechar este ano acima do teto máximo da meta imposta pelo Banco Central para 2011 (6,5%).

A porcentagem de famílias que se consideram muito endividadas saltou de 13,7% em maio do ano passado para 15,7% em abril de 2011 e para 17,5% neste mês.

O estudo aponta que 71,8% das famílias estão endividadas pelas despesas com cartões de crédito, 20,7% devido a créditos oferecidos diretamente pelas lojas e 10,3% de dívidas para a aquisição de veículos.

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